RJ: operador de atalaia impede acidente com plataforma
A atuação do centro de operações da praticagem (atalaia) em Mangaratiba (RJ) impediu um acidente com a plataforma FPSO Carioca MV-30, na madrugada de 4 de fevereiro. A unidade, que se encontrava fundeada na área do Bananal, a noroeste da Ilha Grande, em Angra dos Reis, estava se movimentando. A situação foi percebida pelo operador de praticagem Raphael Damasceno. Em uma ação de emergência, a praticagem conseguiu evitar que a plataforma ficasse à deriva. A FPSO Carioca retornou, então, para área do Bananal e foi para o seu destino de atracação, em um estaleiro de Angra, no dia 6 de fevereiro.
De acordo com o diretor técnico da Praticagem do Rio de Janeiro, Luiz Antonio, devido à ocorrência de ventos fortes, a plataforma involuntariamente começou a sair da posição em que estava:
– Temos um rigoroso protocolo para identificar qual prático iria atender a emergência. Existe também uma questão de logística a resolver. Os práticos, enquanto aguardam o serviço de rotina, se hospedam em localidades próximas e, em função das distâncias envolvidas, emprega-se a logística de carro e lancha para que eles cheguem ao local de emergência. A reação foi muito boa, o mais rápido possível. O pessoal já fica em prontidão com o telefone ao lado da cabeceira.
Ainda conforme Luiz Antonio, o operador da atalaia foi fundamental porque identificou algo que, normalmente, o navio não faz:
– O delegado da Capitania dos Portos de Angra dos Reis tinha determinado que, caso houvesse degradação nas condições meteorológicas, fosse acionado o prático. O que causou que a unidade garrasse (termo náutico que significa que o navio perdeu a fixação da âncora e poderá se movimentar involuntariamente) foi o vento. E o delegado tinha determinado que, caso o vento aumentasse, deveria ser acionado o prático, o que não ocorreu.
Segundo o supervisor de operações do centro de controle, Ricardo Lindgren, o risco nesta situação, em que a plataforma estava próxima da Ilha Grande, é que, se ela tivesse derivado com vento e corrente na direção sul, sudeste ou sudoeste, teria encalhado na própria ilha ou em várias pedras no seu entorno.
– Por sorte, a direção dos ventos e corrente levou à unidade para nordeste. Ou seja, ela subiu em direção ao canal do terminal da Petrobras e acabou fundeada no meio do canal. Na manhã seguinte, haveria petroleiros entrando e saindo do terminal da Petrobras e teríamos uma situação de risco com a plataforma no meio do canal – explicou Lindgren.
Ainda segundo ele, o operador Raphael Damasceno, atento à unidade, percebeu que ela se deslocava levemente, mas “o comandante da unidade disse que estava tudo certo, que o ferro (âncora) já tinha unhado no fundo do mar e que a plataforma tinha parado de derivar”. No entanto, Raphael pediu o print da tela do sistema AIS da praticagem para ver a plataforma e constatou que a emergência permanecia.
O prático Marcelo Noce foi acionado e rapidamente deslocado para o local:
– Ele estava de madrugada se dirigindo para outra manobra e foi direcionado para atender à emergência o mais rápido possível – contou Lindgren.
O operador Raphael Damasceno atribuiu o resultado positivo da ação ao trabalho em equipe. Ele disse que, após a plataforma estar em segurança, teve a sensação de dever cumprido:
– Todo nosso trabalho é bastante difícil e precisa de atenção. A situação foi diagnosticada com rapidez e monitorada em tempo real. Eu precisei utilizar todos os meios possíveis. Foi tudo muito rápido, uma parceria. Houve o agente que fez a solicitação da emergência e o supervisor, que junto comigo, procurou o primeiro prático disponível. Foi um trabalho em equipe bem eficaz, sem danos para o meio ambiente e as pessoas.
Com informações da Praticagem do RJ