Ricardo Falcão: “Precisamos de mais terminais no Norte”

Norte Export - 1

Para rece­ber e embar­car a pro­du­ção do agro­ne­gó­cio que dobra a cada dez anos, o cha­ma­do Arco Norte pre­ci­sa de mais infra­es­tru­tu­ra de ter­mi­nais além do Porto de Santana (AP). O poten­ci­al da região para o esco­a­men­to da pro­du­ção do Centro-Oeste foi des­ta­ca­do por todos no pri­mei­ro dia do Norte Export – edi­ção regi­o­nal do Fórum Nacional de Logística e Infraestrutura Portuária (Brasil Export), que pros­se­gue, nes­ta ter­ça-fei­ra (29/9), em Macapá, capi­tal do Estado do Amapá. O even­to tem apoio da Praticagem do Brasil.

– Temos um gran­de poten­ci­al. Só do ano pas­sa­do para cá, foram regis­tra­dos 11% de aumen­to na expor­ta­ção de soja e milho pelo Arco Norte. Fazer essa ope­ra­ção por aqui é 50% mais bara­to, mes­mo com as difi­cul­da­des da BR-163, que só foi con­cluí­da recen­te­men­te. Precisamos de mais ter­mi­nais. A infra­es­tru­tu­ra não dá con­ta, ain­da que o Porto de Santana ope­re em seu poten­ci­al máxi­mo. Esses novos ter­mi­nais vão gerar empre­gos na sua cons­tru­ção, mas tam­bém atrair outras indús­tri­as como de pro­du­ção de ração a par­tir da soja e eta­nol, do milho. Isso traz desen­vol­vi­men­to econô­mi­co sus­ten­tá­vel e ren­da para a região – afir­mou o coor­de­na­dor do Comitê Orientador do Norte Export e pre­si­den­te do Conselho Nacional de Praticagem (Conapra), Ricardo Falcão, prá­ti­co na Amazônia há mais de 20 anos. 

Pela manhã, os par­ti­ci­pan­tes do even­to rea­li­za­ram uma visi­ta téc­ni­ca à sede da Companhia Docas de Santana, onde assis­ti­ram a uma apre­sen­ta­ção do seu dire­tor-pre­si­den­te, Glauco Cei. Graças a um inves­ti­men­to recen­te da pra­ti­ca­gem em simu­la­ções, o por­to já rece­be navi­os mai­o­res, da clas­se Panamax. Estiveram pre­sen­tes, além de Falcão, o CEO do Brasil Export, Fabrício Julião; o pre­si­den­te do Conselho Nacional do Brasil Export, José Roberto Campos; o dire­tor-pre­si­den­te da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL) e con­se­lhei­ro naci­o­nal do Brasil Export, Cesar Meireles; o pre­si­den­te da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Vander Costa; a dire­to­ra-pre­si­den­te da Agência de Desenvolvimento Econômico do Amapá, Tânia Maria Miranda; e o dire­tor do Conapra, prá­ti­co João Bosco, que inte­gra o Comitê Orientador do Sul Export, mar­ca­do para sema­na que vem. 

À tar­de, no Sebrae, hou­ve apre­sen­ta­ções dos patro­ci­na­do­res e o anún­cio do time ven­ce­dor da eta­pa Norte do Brasil Hack Export, mara­to­na tec­no­ló­gi­ca do even­to. A aber­tu­ra ofi­ci­al foi rea­li­za­da de noi­te e con­tou com a pre­sen­ça do vice-gover­na­dor do Amapá, Jaime Nunes, repre­sen­tan­do o gover­na­dor Waldez Góes. 

Em seu dis­cur­so, Ricardo Falcão sali­en­tou a impor­tân­cia de o desen­vol­vi­men­to econô­mi­co estar sem­pre em sin­to­nia com a sus­ten­ta­bi­li­da­de e de como o tra­ba­lho dos prá­ti­cos é fun­da­men­tal para este equilíbrio:

– Na pra­ti­ca­gem, exis­te uma máxi­ma de que o som da segu­ran­ça é o silên­cio. Na Bacia Amazônica, isso quer dizer que nave­ga­mos sem qual­quer aci­den­te mui­to per­to de comu­ni­da­des ribei­ri­nhas, indí­ge­nas e pes­quei­ras. E o faze­mos com navi­os cada vez mai­o­res e mais car­re­ga­dos, por­que inves­ti­mos em eficiência. 

Durante o even­to, Falcão foi anun­ci­a­do como vice-pre­si­den­te da Federação do Transporte do Amapá. A enti­da­de apro­vei­tou a pre­sen­ça do pre­si­den­te da CNT, Vander Costa, para con­fir­mar a sua ade­são à con­fe­de­ra­ção. O diri­gen­te da CNT dis­se que é extre­ma­men­te impor­tan­te para o desen­vol­vi­men­to do Brasil que todos os modais de trans­por­te alcan­cem as suas poten­ci­a­li­da­des e se integrem. 

A noi­te foi encer­ra­da com uma pales­tra remo­ta do secre­tá­rio exe­cu­ti­vo do Ministério da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, que falou sobre os inves­ti­men­tos do gover­no fede­ral no setor:

– No Brasil, cada R$ 1 inves­ti­do em infra­es­tru­tu­ra gera R$ 2,50 na ati­vi­da­de econô­mi­ca. Ou seja, temos uma capa­ci­da­de enor­me de gerar desen­vol­vi­men­to econô­mi­co e ter reto­ma­da do cres­ci­men­to, inves­tin­do em logística.

No segun­do dia do Norte Export, estão pre­vis­tos qua­tro pai­néis: “O poten­ci­al do esco­a­men­to da safra do Centro-Oeste atra­vés do Arco Norte”; “A impor­tân­cia da hidro­via como matriz de trans­por­te da Região Norte”; “As neces­si­da­des e deman­das dos ter­mi­nais da Região Norte”; e “A mudan­ça econô­mi­ca da região atra­vés da explo­ra­ção da Indústria de Óleo & Gás”.

O Norte Export, rea­li­za­do na sede do Sebrae, é o pri­mei­ro dos even­tos regi­o­nais do Brasil Export e tem trans­mis­são aber­ta pela inter­net. Para par­ti­ci­par, bas­ta rea­li­zar a ins­cri­ção no site forumbrasilexport.com.br e aguar­dar a con­fir­ma­ção pelo email.