PRATICAGEM DE SP APRESENTA INVESTIMENTOS EM PROL DA PRODUTIVIDADE

Em live do Brasil Export, o dire­tor-supe­rin­ten­den­te da Praticagem de São Paulo, prá­ti­co Hermes Bastos Filho, apre­sen­tou os cri­té­ri­os téc­ni­cos da enti­da­de para fazer a ges­tão de trá­fe­go no Porto de Santos, assim como os inves­ti­men­tos que rea­li­zam para com­pen­sar desa­fi­os natu­rais e defi­ci­ên­ci­as estru­tu­rais no com­ple­xo por­tuá­rio, aumen­tan­do a efi­ci­ên­cia das operações.

O dire­tor lem­brou que Santos é um por­to estu­a­ri­no e com­ple­xo, dado o seu dese­nho sinu­o­so, as suas res­tri­ções de lar­gu­ra e pro­fun­di­da­de e o gran­de movi­men­to de navi­os, alguns trans­por­tan­do car­gas peri­go­sas que impe­dem o cru­za­men­to de embarcações.

Desde 2019, a pra­ti­ca­gem tem uma par­ce­ria com a Autoridade Portuária para gerir essa inten­sa movi­men­ta­ção, com base em parâ­me­tros como dis­po­ni­bi­li­da­de do canal de nave­ga­ção, situ­a­ção da maré real em rela­ção à tabu­la­da, altu­ra e perío­do das ondas (impor­tan­te para navi­os com mais de 300 metros de com­pri­men­to e 46 metros de boca), ofer­ta de amar­ra­do­res e rebo­ca­do­res com tra­ção ade­qua­da e tem­po de cha­ma­da para rece­bi­men­to do prático.

– Para pri­o­ri­zar as deman­das no mai­or por­to do Brasil, nós não olha­mos o agen­te marí­ti­mo e o ter­mi­nal, ape­nas o navio e as res­tri­ções que se impõem para ele – res­sal­tou Hermes.

Com o cres­ci­men­to das embar­ca­ções, mais sujei­tas à inten­si­da­de de ven­to e cor­ren­te, o ris­co aumen­ta, tra­zen­do limi­ta­ções às mano­bras. Por isso, a pra­ti­ca­gem resol­veu inves­tir em equi­pa­men­tos e sis­te­mas que agre­gam segu­ran­ça e efi­ci­ên­cia às ope­ra­ções, como a ins­ta­la­ção do Centro de Coordenação, Comunicação e Operações de Tráfego (C3OT), a implan­ta­ção do sis­te­ma de bati­me­tria e do ReDRAFT (os dois últi­mos con­tri­buin­do para com­pen­sar a fal­ta de dragagem). 

O CT3OT trou­xe sis­te­mas de moni­to­ra­men­to de trá­fe­go por AIS; sen­so­ri­a­men­to remo­to de cor­ren­tes, ven­tos, altu­ra e perío­do de ondas e altu­ra de maré; sis­te­mas de comu­ni­ca­ção mais poten­tes e de ima­gem. Já a bati­me­tria atu­a­li­za os dados de pro­fun­di­da­des com a frequên­cia neces­sá­ria para iden­ti­fi­car asso­re­a­men­tos. A pra­ti­ca­gem dis­põe de lan­cha com equi­pa­men­tos mono­fei­xe e mul­ti­fei­xe, além de dois hidró­gra­fos para aná­li­se das infor­ma­ções. Este acom­pa­nha­men­to per­mi­te, por exem­plo, o cru­za­men­to de navi­os de dife­ren­tes cala­dos em tre­chos com pro­fun­di­da­des vari­a­das do canal. O ReDRAFT, por sua vez, é uma cal­cu­la­do­ra de fol­ga dinâ­mi­ca abai­xo da qui­lha que uti­li­za os dados gera­dos pelo C3OT, oti­mi­zan­do o cala­do máxi­mo do porto. 

A par­tir des­sas fer­ra­men­tas, a Praticagem de SP ini­ci­ou estu­dos e suge­riu, em 2017, o aumen­to do cala­do de 14,30 para 14,50 metros. Além dis­so, os inves­ti­men­tos pos­si­bi­li­ta­ram a rea­li­za­ção de mano­bras simul­tâ­ne­as (ape­sar da influên­cia mai­or de ven­tos e cor­ren­tes), trá­fe­go em mão dupla em tre­chos antes res­tri­tos e oti­mi­za­ção nas ope­ra­ções, com total segurança.

– O aumen­to das dimen­sões e dos cala­dos dos navi­os levam, natu­ral­men­te, ao aumen­to do ris­co envol­vi­do. Para irmos além, ampli­an­do a efi­ci­ên­cia do uso do canal, ino­va­mos, ana­li­san­do o timing de cada mano­bra de navio espe­ci­al ou de cada mano­bra casa­da, tabu­lan­do esses tem­pos. Houve uma mudan­ça de para­dig­ma em nos­sas ope­ra­ções e na pro­gra­ma­ção de navi­os espe­ci­ais e “pesa­dos”, sem­pre res­pei­tan­do as nor­mas e limi­ta­ções – afir­mou Hermes, res­sal­tan­do a impor­tân­cia da pra­ti­ca­gem para a pro­du­ti­vi­da­de do por­to. – Não pode­mos nos limi­tar ape­nas à tría­de prá­ti­co, lan­cha e ata­laia, sob pena de pre­juí­zo do nos­so por­to e da nos­sa economia.

Assista à live em https://www.youtube.com/watch?v=Pg4Vvu9YNMA