INCÊNDIO NO PORTO AÇU: CONFIRA RELATO DA PRÁTICO MICHELE

Bastidores do incên­dio no navio Skandi Buzios, no Porto do Açu, na madru­ga­da de sex­ta-fei­ra, 2 de junho. Relato da prá­ti­co Michele, que cola­bo­rou por mais de uma hora para debe­lar o fogo, com a con­tri­bui­ção da tri­pu­la­ção da lan­cha de pra­ti­ca­gem e outros cita­dos a seguir, um ver­da­dei­ro tra­ba­lho de equipe:

“Estando esca­la­da para uma mano­bra às 4h, pas­sa­mos de lan­cha no tra­vés do Skandi Buzios, às 3h57. O mes­tre Davi, da lan­cha de pra­ti­ca­gem, me aler­tou sobre a situ­a­ção no Skandi Buzios (cor­ti­na de fuma­ça sain­do do con­vés da embarcação).

Às 4h, embar­quei no meu navio para mano­bra de saí­da do por­to. Por vol­ta de 4h07, após con­ver­sar com o coman­dan­te do meu navio deta­lhes acer­ca da minha mano­bra, cha­mei o Skandi Buzios no canal 10 e per­gun­tei o que acon­te­cia. O mes­mo me infor­mou que ten­ta­va com­ba­ter incên­dio a bor­do, mas que não con­se­guia con­tro­lá-lo. Informou que já havia comu­ni­ca­do ao VTS do porto.

Na sequên­cia, eu cha­mei o VTS e refor­cei que o Skandi Buzios pre­ci­sa­va de apoio. O VTS res­pon­deu que já havia ini­ci­a­do os pro­ce­di­men­tos de emergência.

Por vol­ta de 4h20, ini­ci­ei a nave­ga­ção do meu navio. Durante a con­du­ção da minha mano­bra, avis­tei o rebo­ca­dor Opala (fire figh­ting) já com­ba­ten­do o fogo com seus canhões de água. Porém, o Skandi Buzios infor­ma­va a neces­si­da­de de mais auxí­lio. Ao lon­go da minha nave­ga­ção de saí­da, os rebo­ca­do­res Áries e Rosalvo — que se encon­tra­vam no ter­mi­nal do T1, pos­si­vel­men­te para par­ti­ci­par mais tar­de de mano­bras naque­le ter­mi­nal – pas­sa­ram por mim para refor­çar o com­ba­te jun­to ao Opala.

Às 5h, desem­bar­quei do meu navio e, já na lan­cha regres­san­do, come­cei a aju­dar via VHF com as infor­ma­ções que tinha por estar do bor­do do mar do Skandi Buzios.

Por vol­ta de 5h20, para­mos a lan­cha nas pro­xi­mi­da­des do Skandi Buzios e come­ça­mos a auxi­li­ar os coman­dan­tes dos rebo­ca­do­res. Informamos onde esta­vam os pos­sí­veis focos de incên­dio para que pudes­sem fazer um com­ba­te mais efi­ci­en­te, uma vez que tínha­mos visão mais ampla e dinâ­mi­ca do cená­rio. Um tri­pu­lan­te do Skandi Buzios, apa­ren­te­men­te na pon­te de coman­do, tam­bém man­ti­nha con­ta­to com os coman­dan­tes dos rebo­ca­do­res, ten­tan­do dire­ci­o­ná-los onde atuar.

Por vol­ta de 6h15, ao per­ce­ber que não pode­ría­mos aju­dar mui­to mais (ten­do antes nos colo­ca­do à dis­po­si­ção do Skandi Buzios e do VTS para assis­tên­cia no que fos­se pre­ci­so), saí­mos das pro­xi­mi­da­des do local e fomos aten­der à minha pró­xi­ma mano­bra às 7h.

Por vol­ta de 8h20, após ter fina­li­za­do a minha segun­da mano­bra, ao pas­sar nova­men­te pelo Skandi Buzios, per­ce­bi que, apa­ren­te­men­te, o incên­dio fora debe­la­do, pois não avis­tá­va­mos mais fumaça.

Cabe res­sal­tar que a coor­de­na­ção do VTS e a atu­a­ção dos rebo­ca­do­res, da tri­pu­la­ção do Skandi Buzios, da bri­ga­da de ter­ra, den­tre outros, foram fun­da­men­tais para con­tro­lar o sinistro.

Fiquei mui­to feliz com o apoio incon­di­ci­o­nal que tive da tri­pu­la­ção da nos­sa lan­cha (mes­tre Davi e mari­nhei­ro Leandro) e por fazer par­te da pra­ti­ca­gem, auxi­li­an­do de algu­ma for­ma nes­se momento.”

Foto: Mestre Davi