“A praticagem em Suape tem sido uma grande parceira”
A Praticagem de Pernambuco tem contribuído para aumentar a capacidade do Porto de Suape, otimizando os investimentos em infraestrutura, sem nunca descuidar da segurança das operações, missão da atividade. O destaque é do presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, Leonardo Cerquinho, anfitrião do Nordeste Export, evento regional do Fórum Nacional de Logística e Infraestrutura Portuária (Brasil Export), realizado nos dias 26 e 27 de outubro, com o apoio da Praticagem do Brasil.
– A praticagem em Suape tem sido uma grande parceira nos últimos anos. Conseguimos desenvolver uma série de novas operações como Ship to Ship (transbordo de óleo a contrabordo) e com novos navios tipo, tanto no Tecon Suape quanto nos estaleiros Promar e Atlântico Sul. Todos esses processos aconteceram em cooperação com a praticagem, que não apenas aprovou, mas construiu conosco, especialmente nas simulações (dos projetos) na USP – afirmou Cerquinho.
Ele lembrou da entrada recente de um navio de 336 metros de comprimento no porto e disse que já está em discussão com a praticagem e a Marinha a aprovação de embarcações de 366 metros:
– Junto com a praticagem acreditamos que chegaremos a um bom termo sem a necessidade de novos investimentos.
O diretor institucional da Federação Nacional dos Práticos (Fenapráticos), Alexander Kreuger, presidente da Pernambuco Pilots, apresentou um panorama da praticagem no Nordeste e no estado. Ele informou que, assim como no restante do país, os práticos na região atuam sob o regime de escala única de rodízio, no qual o dono do navio não escolhe quem vai prestar o serviço, e vice-versa, o que assegura a autonomia do prático em suas decisões. Além disso, o diretor destacou que os profissionais estão sempre se atualizando para enfrentar os desafios portuários, principalmente por meio do Curso de Atualização para Práticos (ATPR), obrigatório a cada cinco anos e organizado pelo Conselho Nacional de Praticagem (Conapra).
Alexander Kreuger ressaltou ainda que as lotações nas zonas de praticagem excedem as demandas por manobras mesmo em picos de atendimento. Ele citou também o baixíssimo índice de acidentes envolvendo a atividade, elogiado pela Autoridade Marítima e internacionalmente.
Em Pernambuco, contou, cerca de 98% dos tomadores do serviço da praticagem estão sob contratos eficazes, o que assegura um cenário de estabilidade jurídica importante. Sempre que há berços disponíveis, os navios são atendidos logo na chegada, reduzindo ao máximo o tempo de espera para atracação.
O presidente da Pernambuco Pilots explicou como a praticagem vem colaborando para expandir a produtividade do porto com total segurança. Entre as ações, apontou a participação dos práticos em estudos de engenharia, sem ônus para os interessados em viabilizar novas operações; o desenvolvimento do primeiro Portable Pilot Unit (PPU) nacional na USP, equipamento portátil que auxilia a decisão do prático durante a navegação e as manobras; o treinamento no exterior em modelos tripulados reduzidos, para receber embarcações de maior porte; a implantação do sistema de calado dinâmico, em parceria com a Autoridade Portuária; e a viabilização de operações Ship to Ship com navios maiores.
Como consequência dos investimentos, Suape registrou um aumento na movimentação de cargas de 26% no primeiro semestre, apesar da pandemia.
– Temos muito orgulho de ter contribuído um pouco com essa vitória. Trouxe esse número para materializar o potencial que existe quando as autoridades Portuária e Marítima, a praticagem e os operadores da cadeia conversam e trabalham em prol de um ganha-ganha. Isso indica ao mesmo tempo novos horizontes e perspectivas promissoras para os próximos anos – encerrou Kreuger.
Também estiveram presentes, no primeiro dia do Nordeste Export, o prático Tomás Hatherly, da Pernambuco Pilots, e o secretário executivo do Conapra, Arionor Souza, conselheiro do Sudeste Export. Foi exibido ainda um vídeo do presidente do Conapra, Ricardo Falcão, sobre a atividade. O diretor do Conapra, João Bosco, conselheiro do Sul Export, esteve no segundo dia de painéis.
Além de Suape, o Nordeste Export contou com a participação de representantes das companhias Docas do Rio Grande do Norte (Codern), da Bahia (Codeba), do Porto de Cabedelo (PB) e Itaqui (MA). O próximo fórum regional será o Centro-Oeste Export (9 e 10 de novembro), em Rondonópolis (MT). Os eventos têm transmissão online gratuita.