Presidente do CONAPRA-Gustavo Martins faz palestra no DNIT — Brasília-DF, 28 de abril de 2016
O índice de acidentes nos portos brasileiros em navios com práticos a bordo é de apenas 0,005%, um dos menores do mundo, apesar da precariedade da infraestrutura portuária do país. A afirmação foi feita na manhã da quinta-feira (28/04) na sede do Departamento Nacional de Infraestrutura do Transporte (DNIT), pelo presidente do Conselho Nacional de Praticagem, Gustavo Martins, em palestra para executivos da área hidroviária.
A palestra foi mais uma atividade da série de ações incluídas no termo de cooperação assinado entre o DNIT e o corpo de engenharia do Exército dos Estados Unidos, o US Army Corps of Engineers, que prevê a troca de experiências na implementação de melhorias em hidrovias brasileiras. O interesse do DNIT em ver de perto o trabalho dos práticos é porque eles, como poucos, conhecem profundamente a costa brasileira e o estuário dos grandes rios.
Em sua palestra, o presidente Gustavo Martins falou sobre as atividades realizadas pelos Práticos, a importância do serviço de Praticagem, as características das Zonas de Praticagem do Brasil, a estrutura das atalaias, a legislação que rege o setor aquaviário e a forma de atuação do segmento. As três Zonas de Praticagem localizadas na Amazônia, duas delas entre as maiores do mundo, mereceram destaque especial na apresentação do executivo.
“O nível de precisão requerido dos Práticos aumentou porque os navios cresceram mas os canais de acesso não”, disse ele ao comentar a precariedade da infraestrutura portuária.
Martins comentou ainda sobre a “excelente” formação dos práticos e, segundo ele, graças a essa qualificação o país está entre os primeiros do mundo em segurança da navegação. E garantiu que a Praticagem do Brasil segue o padrão internacional:
“A praticagem não é uma jaboticaba que só exista no Brasil. No mundo inteiro o serviço funciona nos mesmos moldes daqui” afirmou.
Os norte-americanos possuem expertise na operação de grandes hidrovias, como as dos rios Mississipi, Missouri e Tennessee, por onde são transportados grandes volumes de carga. De acordo com o DNIT, o intercâmbio Brasil Estados Unidos prevê o qualificação de especialistas para o controle funcional das hidrovias e de comportas, na operação dessas vias navegáveis.
Os participantes do evento demonstraram interesse em saber qual a responsabilidade dos práticos em caso de acidentes com as embarcações, a forma de atuação desses profissionais na decisão de fechamento de portos por condições meteorológicas inadequadas e a necessidade de adequação da infraestrutura portuária à atual realidade dos navios cargueiros.
Ao ser questionado sobre o que a Praticagem pode fazer para ajudar o Brasil diante da atual crise econômica Gustavo Martins foi preciso: “Podemos contribuir para que os portos brasileiros sejam cada vez mais eficientes, além de garantir segurança nas realização das manobras em espaços cada vez menores”, explicou.
A palestra ocorreu às 9h30, no auditório principal do edifício sede do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Sobre o Conapra
O CONAPRA é uma associação profissional, sem fins lucrativos, que congrega os Práticos brasileiros, tendo por finalidade representá-los junto a todas as Autoridades Governamentais e entidades representativas de setores do meio marítimo nas questões ligadas às praticagens.
Através de Delegação de Competência da Diretoria de Postos e Costas – DPC (Portaria 0072 de 03/12/1998) o CONAPRA foi incumbido de realizar as inspeções e laudos periciais necessários à homologação de lanchas de praticagem, promover homologação da habilitação operacional de suas tripulações e a homologação das Atalaias.
A entidade é reconhecida pela Autoridade Marítima (Portaria 0031 de 24/04/2000) como Órgão de Representação Nacional de Praticagem, com tarefas específicas previstas na Normam-12 (Normas da Autoridade Marítima para o Serviço de Praticagem) e em Portarias da DPC. No campo internacional o CONAPRA é associado da IMPA, International Maritime Pilots’ Association, exercendo uma das Vice-Presidências dessa associação internacional.