Uma lan­cha à deri­va no rio Amazonas, com um adul­to e duas cri­an­ças a bor­do, foi res­ga­ta­da há pou­cos dias por prá­ti­cos que atu­am no esta­do do Amapá. “A pro­te­ção do trá­fe­go aqua­viá­rio e a sal­va­guar­da da vida huma­na é o ali­cer­ce bási­co da pra­ti­ca­gem no Brasil e no mun­do”, comen­ta José Roberto de Araújo Silva, geren­te da BAP – Bacia Amazônica Práticos, empre­sa res­pon­sá­vel pelo res­ga­te. Os três ocu­pan­tes da lan­cha retor­na­ram com segu­ran­ça a Macapá.

O res­ga­te ocor­reu no últi­mo dia 30 de abril, por vol­ta de 11h. O apoio ope­ra­ci­o­nal soli­ci­ta­do pela Capitania dos Portos do Amapá foi ime­di­a­ta­men­te aten­di­do, com o des­lo­ca­men­to da lan­cha BAP CAVIANA, que desa­tra­cou da Atalaia Operacional levan­do a bor­do os mari­nhei­ros, além dos Inspetores Navais da Capitania, Sargento Oliveira e Sargento Sodré.

Ao che­gar no local indi­ca­do no pedi­do de res­ga­te, os mari­nhei­ros avis­ta­ram uma lan­cha de lazer com um homem, Clodoaldo Dantas Cortes, e duas cri­an­ças de sete anos. A embar­ca­ção teve um pro­ble­ma com o motor e esta­va sen­do leva­da pela cor­ren­te­za. A lan­cha da BAP rebo­cou com segu­ran­ça a embar­ca­ção até a Atalaia da Praticagem de Macapá.

De acor­do com José Roberto, esse tipo de acon­te­ci­men­to cos­tu­ma ocor­rer prin­ci­pal­men­te em áre­as caren­tes de infra­es­tru­tu­ra e de recur­sos. Quando neces­sá­rio, a Capitania dos Portos aci­o­na a pra­ti­ca­gem que, mes­mo já embar­ca­da em navio a ser mano­bra­do, deve pres­tar apoio obri­ga­tó­rio quan­do acon­te­cem inci­den­tes envol­ven­do vidas huma­nas. A atu­a­ção da pra­ti­ca­gem em favor da vida huma­na está pre­vis­ta na Norman 12, que regu­la­men­ta o ser­vi­ço no Brasil.

“O prá­ti­co ori­en­ta, inclu­si­ve o coman­dan­te do navio sobre o res­ga­te, quan­do neces­sá­rio. É um pro­fis­si­o­nal pre­pa­ra­do para equa­li­zar os níveis crí­ti­cos de cada ação e tomar deci­sões difí­ceis em pou­cos segun­dos”, enfa­ti­za. A atu­a­ção da pra­ti­ca­gem em favor da vida huma­na está pre­vis­ta na Norman 12, que regu­la­men­ta o ser­vi­ço no Brasil.

Quando o prá­ti­co já está embar­ca­do, ele ori­en­ta a equi­pe da lan­cha, tam­bém pre­pa­ra­da para sal­va­men­tos, a rea­li­zar o res­ga­te. Dessa for­ma é pos­sí­vel cum­prir a fun­ção huma­ni­tá­ria de sal­var vidas sem que haja des­cum­pri­men­to da gra­de de horá­ri­os pre­vis­tos para cada manobra.

A Praticagem é um ser­vi­ço essen­ci­al e pro­fis­si­o­nal­men­te pres­ta­do à bor­do de navi­os há mais de 200 anos. É des­ti­na­do à Segurança da Navegação, Salvaguarda da Vida Humana e Proteção do Meio Ambiente. Prestado por pro­fis­si­o­nais qua­li­fi­ca­dos e sele­ci­o­na­dos pela Marinha do Brasil, o ser­vi­ço fun­ci­o­na sem recur­sos públi­cos de qual­quer espé­cie, de manei­ra inin­ter­rup­ta, com equi­pes e estru­tu­ra per­ma­nen­te­men­te dis­po­ní­veis. Isso per­mi­te que vári­os sal­va­men­tos sejam pron­ta­men­te rea­li­za­dos a qual­quer hora, em qual­quer dia.

Apesar de ser uma ati­vi­da­de pri­va­da, a pra­ti­ca­gem tam­bém ser­ve ao Interesse Público bra­si­lei­ro, moti­vo de orgu­lho para o País. A pra­ti­ca­gem detém o mais ele­va­do índi­ce de per­for­man­ce nas áre­as por­tuá­ria e marí­ti­ma, com a rea­li­za­ção de 99,998% das ope­ra­ções segu­ras e sem acidentes.

Para o dire­tor da Associação de Usuários dos Portos do Rio de Janeiro (USUPORT), André de Seixas, des­ta­ca “a soci­e­da­de bra­si­lei­ra, que virou de cos­tas para o mar, não faz ideia da impor­tân­cia da Praticagem. A Praticagem é o que res­ta de pé da nos­sa nave­ga­ção, man­ten­do níveis exce­len­tes de qualidade”.

 

Sobre o Conapra

 

O CONAPRA é uma asso­ci­a­ção pro­fis­si­o­nal, sem fins lucra­ti­vos, que con­gre­ga os Práticos bra­si­lei­ros, ten­do por fina­li­da­de repre­sen­tá-los jun­to a todas as Autoridades Governamentais e enti­da­des repre­sen­ta­ti­vas de seto­res do meio marí­ti­mo nas ques­tões liga­das às praticagens.

Através de Delegação de Competência da Diretoria de Postos e Costas – DPC (Portaria 0072 de 03/12/1998) o CONAPRA foi incum­bi­do de rea­li­zar as ins­pe­ções e lau­dos peri­ci­ais neces­sá­ri­os à homo­lo­ga­ção de lan­chas de pra­ti­ca­gem, pro­mo­ver homo­lo­ga­ção da habi­li­ta­ção ope­ra­ci­o­nal de suas tri­pu­la­ções e a homo­lo­ga­ção das Atalaias.

A enti­da­de é reco­nhe­ci­da pela Autoridade Marítima (Portaria 0031 de 24/04/2000) como Órgão de Representação Nacional de Praticagem, com tare­fas espe­cí­fi­cas pre­vis­tas na Normam-12 (Normas da Autoridade Marítima para o Serviço de Praticagem) e em Portarias da DPC. No cam­po inter­na­ci­o­nal o CONAPRA é asso­ci­a­do da IMPA, International Maritime Pilots’ Association, exer­cen­do uma das Vice-Presidências des­sa asso­ci­a­ção internacional.