SIMULAÇÕES ATESTAM NAVIO DE 366M COM 14,5M DE CALADO EM SANTOS

Simulações rea­li­za­das, na últi­ma quin­ta-fei­ra (3/11), na USP, ates­ta­ram que os navi­os de 366 metros de cala­do e 52m de boca podem entrar no Porto de Santos com cala­do de 14,50m; ou seja, supe­ri­or aos 14,20m homo­lo­ga­dos pela Capitania dos Portos em feve­rei­ro de 2021. O rela­tó­rio das mano­bras rea­li­za­das no simu­la­dor do Tanque de Provas Numérico ser­vi­rá de base para a Autoridade Marítima ava­li­ar um pos­sí­vel aumen­to de cala­do antes mes­mo da che­ga­da des­sas megaembarcações.

– Os navi­os meno­res que 340m fre­quen­tam o Porto de Santos e já ope­ram com cala­do de 14,50m. A dife­ren­ça pare­ce pou­ca, mas não é. Todo cen­tí­me­tro, em cala­do, ou metro, em ter­mos de com­pri­men­to ou lar­gu­ra de um navio, faz dife­ren­ça – fri­sa o pre­si­den­te da Praticagem de São Paulo, Bruno Tavares, que par­ti­ci­pou das mano­bras com o asses­sor de ope­ra­ções da enti­da­de, Viriato Geraldes.

Foram mais de dez mano­bras rea­li­za­das nas simu­la­ções, com a embar­ca­ção entran­do e sain­do dos três ter­mi­nais de con­têi­ne­res, fazen­do o giro na bacia de evo­lu­ção e nave­gan­do em cur­vas com uso de rebo­ca­do­res em vári­as con­di­ções de vento. 

O pro­fes­sor Eduardo Tannuri, coor­de­na­dor do TPN-USP, ficou satis­fei­to com o resultado:

– Concluímos pela via­bi­li­da­de do aumen­to de cala­do. O pró­xi­mo pas­so é gerar um rela­tó­rio téc­ni­co com as aná­li­ses deta­lha­das, os parâ­me­tros de segu­ran­ça e emi­tir um docu­men­to para a Marinha ava­li­ar e, pos­si­vel­men­te, auto­ri­zar esse ganho de 30 centímetros.

Segundo o pro­fes­sor, foram fei­tos estu­dos para veri­fi­car os movi­men­tos da embar­ca­ção no canal exter­no e, sobre­tu­do, sob efei­to das ondas, con­si­de­ran­do o efei­to squat e o ader­na­men­to do navio, prin­ci­pal­men­te, na par­te curva: 

– Foi neces­sá­rio con­fir­mar se, com esse aumen­to de cala­do, a mano­bra seria segu­ra, devi­do ao por­te do navio e ao fato de o canal de Santos ser rela­ti­va­men­te estrei­to, além de esta­be­le­cer o núme­ro de rebo­ca­do­res ade­qua­dos para auxí­lio na manobra.

Acompanharam os tra­ba­lhos na USP repre­sen­tan­tes da Santos Port Authority, do Brasil Terminal Portuário e da DP World.

Com infor­ma­ções da Praticagem de SP