Na manhã desta terça-feira (7/2), em palestra no Fórum de Discussões Hidroviárias e Portuárias, em Curitiba, o Diretor-Presidente do Conselho Nacional de Praticagem (CONAPRA), Gustavo Martins, reforçou a visão da categoria sobre a importância do planejamento dos acessos portuários para que o país atenda com eficiência a crescente demanda do agronegócio e indústria, com engajamento de todos os atores envolvidos no processo.
O evento, realizado na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), fruto de parceria com o Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura da Universidade Federal do Paraná (UFPR/ ITTI), contou com a participação do Diretor de Planejamento da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Adailton Dias, do Coordenador de Operações Aquaviárias da DAQ/DNIT, Eliezé Bulhões de Carvalho, do Diretor do Departamento de Outorgas Portuárias da Secretaria de Portos, Ogarito Linhares, do Diretor-Presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), Luiz Henrique Dividino, do Diretor-Geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), Adalberto Tokarski, do Reitor da UFPR, Prof. Dr. Ricardo Marcelo Fonseca, do Superintendente do ITTI, Prof. Dr. Eduardo Ratton, do Presidente da FIEP, Edson Campagnolo e do Assessor para Assuntos de Infraestrutura da Federação, João Arthur Mohr. Na mesa de abertura, nas palestras e debates, as autoridades discutiram perspectivas e soluções para as hidrovias e portos do país.
Em 2015, o movimento nos portos em todo o mundo foi o equivalente a 10 bilhões de toneladas, sendo 10% desse volume no Brasil. Estudos apontam previsão de que, em 2050, esse volume nos portos brasileiros gire entorno de 4 bilhões de toneladas. Dados que, de acordo com o Diretor-Presidente do CONAPRA, emitem um alerta importante. “Os nossos portos precisam estar prontos para atender a demanda ou eles continuarão sendo o gargalo. Temos terminais que operam a 90% ou mais da sua capacidade. São terminais mais antigos, desenvolvidos para navios de menores dimensões, e hoje a realidade é outra. Teremos cada vez mais aumento das dimensões dos navios, mas os nossos canais de acesso praticamente não mudaram. Por isso, temos que planejar, antecipar investimentos, temos que investir na eficiência”, afirma.
Na visão do CONAPRA, esse desafio deve ser trabalhado em conjunto, entre as autoridades marítima e portuária, serviços de praticagem, empresas de engenharia de dragagem e de rebocadores. Todos devem estar envolvidos no planejamento. Entre as sugestões apresentadas pela Praticagem, estão investimentos na instalação de sensores ambientais, com uma rede integrada que colete dados para planejamentos estratégicos, informando o impacto das mudanças climáticas, além de incentivos à formação de especialistas na área portuária e maior coordenação entre as áreas envolvidas. “Não tem sido feito no Brasil estudo sobre a análise dos impactos no tráfego das embarcações. Então, não adianta construir novos terminais, porque uma hora o canal será o gargalo. Por isso, queremos contribuir. O Prático tem experiência na área que ele manobra e deve participar desde o início da elaboração de projetos de construção de terminais. Afinal, os requisitos adotados vão definir as restrições operacionais futuras, conclui.