IMPA PREPARA GUIA PARA TREINAR TRIPULAÇÕES DOS NAVIOS

Durante visi­ta ao Brasil, o pre­si­den­te da Associação Internacional de Práticos Marítimos (IMPA), Simon Pelletier, comen­tou sobre os resul­ta­dos da últi­ma pes­qui­sa sobre os arran­jos de embar­que e desem­bar­que dos navi­os – perío­do em que prá­ti­cos do mun­do intei­ro rela­tam as con­di­ções que encon­tram os dis­po­si­ti­vos de aces­so às embar­ca­ções. O índi­ce de não con­for­mi­da­des subiu de 12,11% para 13,43%. Escada de que­bra-pei­to e esca­da de que­bra-pei­to com­bi­na­da com esca­da de por­ta­ló con­cen­tram a mai­o­ria dos casos.

Segundo o pre­si­den­te da IMPA, este é um desa­fio per­ma­nen­te que envol­ve diver­sos aspec­tos, um deles a tri­pu­la­ção dos navi­os. Ele dis­se que a enti­da­de pre­pa­ra um guia de trei­na­men­to para ser dis­tri­buí­do nas embarcações:

– Quando fala­mos de segu­ran­ça em geral, há sem­pre não con­for­mi­da­des. E não é por­que as pes­so­as que­rem fazer erra­do. Algumas vezes as regu­la­ções são difí­ceis de enten­der. Temos navi­os de dife­ren­tes tri­pu­la­ções, que podem não ser tão bem trei­na­das quan­to outras e des­co­nhe­cer a regu­la­ção. O outro lado depen­de dos ins­pe­to­res de con­tro­le de embar­ca­ções estran­gei­ras, se eles fazem ins­pe­ções roti­nei­ras a bor­do. Outro aspec­to é o prá­ti­co, que pode ir a bor­do e não per­ce­ber os pro­ble­mas. São mui­tas razões. Por isso, a IMPA tra­ba­lha com outros sta­kehol­ders, para aumen­tar a cons­ci­ên­cia sobre as irre­gu­la­ri­da­des. É um desa­fio con­tí­nuo. Trabalhamos com a IMO (Organização Marítima Internacional) em par­ti­cu­lar e orga­ni­za­ções como a International Chamber of Shipping (ICS). Também esta­mos pre­pa­ran­do um guia de trei­na­men­to para que as tri­pu­la­ções dos navi­os sai­bam exa­ta­men­te o que fazer em rela­ção aos arran­jos de trans­fe­rên­cia. Vamos dis­tri­buir este mate­ri­al para a ICS, que repre­sen­ta mais de 80% da fro­ta mer­can­te mun­di­al, para que entre­gue a bordo. 

Atualmente, as embar­ca­ções já têm afi­xa­do no pas­sa­di­ço um pos­ter edu­ca­ti­vo da IMPA sobre a ins­ta­la­ção cor­re­ta dos dis­po­si­ti­vos, de acor­do com a regu­la­ção da Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar (Solas) com­ple­men­ta­da pela Resolução A.1045 da IMO. Porém, Simon enten­de que o car­taz só é sufi­ci­en­te se há pes­so­as trei­na­das a bordo:

– Quando você não rece­be trei­na­men­to, pode olhar aque­la figu­ra e ela não te diz o que fazer. Por isso, esta­mos tra­ba­lhan­do no guia. Esperamos que este­ja dis­se­mi­na­do nos pró­xi­mos meses em milha­res de navios.

Este ano, o Brasil mais uma vez bateu recor­de de par­ti­ci­pa­ção no levan­ta­men­to da IMPA. O pre­si­den­te da IMPA aler­ta tam­bém para a impor­tân­cia do rela­to dos pro­ble­mas às auto­ri­da­des, pon­to que o Conselho Nacional de Praticagem está aten­to e vai focar em 2022. 

– Mais do que repor­tar, deve­mos repor­tar para as auto­ri­da­des. Um prá­ti­co que vê uma defi­ci­ên­cia deve repor­tá-la. Toda vez que ele não o faz pode ser um peri­go para o prá­ti­co do pró­xi­mo por­to. Devemos aumen­tar a cons­ci­ên­cia de todos. É mui­to impor­tan­te repor­tar, não para punir as pes­so­as, mas para ter­mos arran­jos melho­res – afir­mou Simon, que veio conhe­cer o cen­tro de simu­la­ções da pra­ti­ca­gem em Brasília. 

Acesse o resul­ta­do da pes­qui­sa da IMPA em: https://www.impahq.org/safety-campaign-results-2021