Amazônia Azul: Comandante da Marinha enal­te­ce tra­ba­lho da Praticagem

O Comandante da Marinha do Brasil, Almirante Ilques, enal­te­ceu a con­tri­bui­ção da Praticagem na pre­ven­ção à polui­ção hídri­ca na Amazônia Azul – ter­mo ado­ta­do pela Autoridade Marítima, em 2004, como for­ma de aler­tar a soci­e­da­de para a impor­tân­cia polí­ti­ca, estra­té­gi­ca e econô­mi­ca das águas juris­di­ci­o­nais brasileiras.

– Em ter­mos de segu­ran­ça da nave­ga­ção, da sal­va­guar­da da vida huma­na e do meio ambi­en­te, é inques­ti­o­ná­vel a qua­li­da­de do tra­ba­lho da Praticagem. Conheço mui­tas Praticagens no mun­do e a nos­sa não deve nada a nin­guém. Supera desa­fi­os enor­mes em situ­a­ções dis­tin­tas e o resul­ta­do é um índi­ce de aci­den­tes pra­ti­ca­men­te zero, insig­ni­fi­can­te dian­te da quan­ti­da­de de mano­bras – dis­se o Comandante duran­te a pre­mi­a­ção do Concurso de Redações Amazônia Azul, uma rea­li­za­ção da Sociedade dos Amigos da Marinha do Estado do Rio de Janeiro, com apoio do Conapra e da Fundação Cesgranrio.

O even­to ocor­reu na últi­ma sex­ta-fei­ra (15/3), no Salão Nobre do 1º Distrito Naval, ane­xo ao Gabinete do Comandante da Marinha, no Rio de Janeiro. O obje­ti­vo da ini­ci­a­ti­va foi des­per­tar uma men­ta­li­da­de marí­ti­ma espe­ci­al­men­te entre os jovens, a par­tir do conhe­ci­men­to da Amazônia Azul.

Almirante Ilques apro­vei­tou o momen­to de con­fra­ter­ni­za­ção para cha­mar a aten­ção para uma rea­li­da­de: a auto­ma­ção da indús­tria em um cená­rio com pre­vi­são de aumen­to de 380% no comér­cio marítimo.

– Estamos enfren­tan­do um momen­to dife­ren­te. Um navio mer­can­te de 30 tri­pu­lan­tes, em bre­ve, terá 15. O que vamos fazer com os outros 15? A área por­tuá­ria tam­bém será cada vez mais auto­ma­ti­za­da. Como vamos fazer com os bra­si­lei­ros que não estão ten­do aces­so à auto­ma­ção? Não estou falan­do de fic­ção. São ame­a­ças con­cre­tas ao bem-estar, ao nos­so viver com dig­ni­da­de. E, des­sa dimen­são, nas­cem todas as ver­ten­tes da Amazônia Azul. Por isso, a impor­tân­cia do tra­ba­lho do pre­si­den­te (da Soamar) com apoio da Cesgranrio e do Conapra. Estamos tra­tan­do do pre­sen­te pró­xi­mo e do futu­ro da gera­ção que nos sucede.

Presidente da Soamar-Rio, Jose Antonio de Souza Batista com­par­ti­lhou da mes­ma pre­o­cu­pa­ção soci­al e tam­bém des­ta­cou o tra­ba­lho dos Práticos brasileiros:

– A Praticagem desen­vol­ve um tra­ba­lho fun­da­men­tal à segu­ran­ça da nave­ga­ção, na medi­da em que evi­ta aci­den­tes e a polui­ção dos mares e oce­a­nos na che­ga­da e saí­da dos navi­os. A Praticagem do Brasil atin­giu um gran­de nível e está devi­da­men­te apa­re­lha­da para pres­tar este ser­vi­ço. Os aci­den­tes são míni­mos. Ou seja, um der­ra­ma­men­to de óleo hoje pode ocor­rer em alto-mar por qual­quer outro tipo de aci­den­te, nun­ca pela entra­da ou saí­da dos portos.

O avan­ço da tec­no­lo­gia nas embar­ca­ções traz, ain­da, ques­ti­o­na­men­tos sob o pon­to de vis­ta da segu­ran­ça, já que intro­duz novos ris­cos em Zonas de Praticagem. O tema foi dis­cu­ti­do no últi­mo Encontro Nacional de Praticagem, na pales­tra sobre navi­os autônomos.

Representaram a Praticagem, na pre­mi­a­ção, o Diretor-Presidente do Conapra, Prático Gustavo Martins; o Diretor Financeiro, Prático João Bosco; o Secretário Executivo, Arionor Souza; e o Assessor Marcus Vinícius.

Na pri­mei­ra edi­ção do con­cur­so, foram pre­mi­a­dos 20 par­ti­ci­pan­tes entre qua­se mil ins­cri­tos, em duas cate­go­ri­as: Geral e Universitários. O júri foi for­ma­do por pro­fes­so­res da Cesgranrio, mili­ta­res e pelos aca­dê­mi­cos Arnaldo Niskier e Domício Proença, da Academia Brasileira de Letras.

Além do Comandante da Marinha, esti­ve­ram pre­sen­tes: o Diretor-Geral de Navegação, Almirante Puntel; o Diretor de Portos e Costas, Almirante Roberto; o Comandante do 1º Distrito Naval, Almirante Cunha; o Presidente do Tribunal Marítimo, Almirante Lima Filho; e o Presidente do Centro dos Capitães da Marinha Mercante, Comandante Alvaro.