Prático abo­li­ci­o­nis­ta entra para o Livro dos Heróis da Pátria

Depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília, o Livro dos Heróis da Pátria ago­ra tem um prá­ti­co ins­cri­to entre eles. A Lei 13.468, que ins­cre­ve Francisco José do Nascimento, o Dragão do Mar, no rol de heróis bra­si­lei­ros, foi san­ci­o­na­da pela Presidência da República no últi­mo dia 18 de julho, por suges­tão do sena­dor José Pimentel (PT-CE).

Nomeado prá­ti­co em 1874, Chico da Matilde – conhe­ci­do pelo nome de sua mãe – lide­rou, em 1881, o movi­men­to que fechou o por­to de Fortaleza ao trá­fi­co de escra­vos, cha­ma­do de a gre­ve dos jan­ga­dei­ros. Naquele mes­mo ano, os prá­ti­cos sob a sua lide­ran­ça impe­di­ram uma nova ten­ta­ti­va de ven­da de escra­vos para o Sudeste, o que obri­gou os fazen­dei­ros que não tinham como sus­ten­tá-los a libertá-los.

Desde então, não hou­ve mais trá­fi­co no por­to e o abo­li­ci­o­nis­mo na região foi ace­le­ra­do, cul­mi­nan­do com a extin­ção da escra­vi­dão na pro­vín­cia em 1884, mui­to antes da assi­na­tu­ra da Lei Áurea. Este pio­nei­ris­mo, inclu­si­ve, foi o que levou José do Patrocínio a bati­zar o Ceará de “Terra da Luz”.

Pelo seu envol­vi­men­to na luta, Chico da Matilde per­deu o car­go em 1881, sen­do recon­du­zi­do somen­te em 1889. Um ano depois, rece­beu a paten­te de Major-Ajudante de Ordem do Secretário-Geral do Comando Superior da Guarda Nacional do Estado do Ceará.

O Dragão do Mar, alcu­nha dada pelo escri­tor Aluísio de Azevedo, mor­reu em 1914, pró­xi­mo de com­ple­tar 75 anos. Em 2014, o Conapra pres­tou-lhe home­na­gens pelo cen­te­ná­rio de sua morte.

Leia mais sobre esta his­tó­ria na edi­ção 40 da Revista Rumos Práticos: https://goo.gl/uPH2DT