Praticagem e Marinha unem esfor­ços para aumen­to de cala­do no Rio Amazonas

Responsável pela mai­or Zona de Praticagem no mun­do, que se esten­de por 1.300 milhas náu­ti­cas no Amapá, Pará e Amazonas, a Praticagem da Bacia Amazônica Oriental rea­li­zou a pri­mei­ra pas­sa­gem de navio mer­can­te com cala­do de 11,70 metros pela Barra Norte, no Rio Amazonas. O even­to acon­te­ceu no dia 22 de setem­bro e con­so­li­da os esfor­ços con­jun­tos com a Marinha do Brasil no pro­je­to que visa o aumen­to de cala­do com pre­ci­são e segurança.

Por meio de aná­li­ses dinâ­mi­cas, espe­ra-se obter cala­dos supe­ri­o­res a 12 metros na mai­or par­te do ano. Consequentemente, o pro­je­to aumen­ta as pos­si­bi­li­da­des de desen­vol­vi­men­to, gera­ção de empre­go e ren­da na região, pro­pi­ci­an­do pre­ços com­pe­ti­ti­vos no mer­ca­do inter­na­ci­o­nal, com a expec­ta­ti­va de implan­ta­ção de novos ter­mi­nais e o natu­ral cres­ci­men­to do esco­a­men­to da pro­du­ção do Arco Norte.

Os esfor­ços para o aumen­to de cala­do foram ini­ci­a­dos pela Praticagem a par­tir de 2016, com inves­ti­men­tos em son­da­gens, aqui­si­ção de um maré­gra­fo e a sua ins­ta­la­ção em Ponta do Céu. O equi­pa­men­to per­mi­te a lei­tu­ra inin­ter­rup­ta das ampli­tu­des de maré e os dados ficam dis­po­ní­veis para todos usuá­ri­os e a Marinha do Brasil.

Este ano, foram apre­sen­ta­dos estu­dos ao coman­dan­te do 4º Distrito Naval, Almirante Edervaldo, que pron­ta­men­te dis­po­ni­bi­li­zou a equi­pe do Centro de Hidrografia e Navegação do Norte (CHN‑4) para o pla­ne­ja­men­to das pró­xi­mas fases que irão pos­si­bi­li­tar as aná­li­ses para o conhe­ci­men­to do cala­do de navegação.

Simultaneamente, novos esfor­ços estão sen­do rea­li­za­dos para a defi­ni­ção da ampli­tu­de de maré. A Praticagem está inves­tin­do na con­tra­ta­ção de téc­ni­cos e embar­ca­ções e, com o apoio e acom­pa­nha­men­to da Marinha, ini­cia o levan­ta­men­to de dados nos pró­xi­mos 40 dias. Já o Comando do 4º Distrito Naval se pre­pa­ra para ini­ci­ar a son­da­gem da região, con­so­li­dan­do as infor­ma­ções neces­sá­ri­as para via­bi­li­zar o mai­or cala­do que pos­sa ser reco­men­da­do pela Autoridade Marítima.

O pre­si­den­te da Unipilot, Linésio Junior, repre­sen­tan­te da Praticagem local, lem­bra que a Praticagem, ao lon­go de sua his­tó­ria, sem­pre desem­pe­nhou papel impor­tan­te e essen­ci­al no desen­vol­vi­men­to da navegação:

– Isso ocor­re des­de os tem­pos remo­tos, em que as mano­bras con­ta­vam basi­ca­men­te com a exper­ti­se dos anti­gos prá­ti­cos, que, sem dis­por de recur­sos tec­no­ló­gi­cos, ofe­re­ci­am seus conhe­ci­men­tos e habi­li­da­des para per­mi­tir a nave­ga­ção e as mano­bras em ter­mi­nais inci­pi­en­tes, e sem rebo­ca­do­res. Desde sem­pre, a Praticagem tem sido deter­mi­nan­te. Investindo recur­sos pró­pri­os, rea­li­za fre­quen­tes son­da­gens para manu­ten­ção e des­co­ber­tas de alter­na­ti­vas às adver­si­da­des da nave­ga­ção do lei­to ins­tá­vel do rio, além de trei­na­men­to dos prá­ti­cos e cola­bo­ra­do­res, aqui­si­ção de equi­pa­men­tos, guar­ne­ci­men­to dos ser­vi­ços per­ma­nen­tes de acom­pa­nha­men­to dos navi­os e asses­so­ra­men­to con­tí­nuo à Autoridade Marítima.