Praticagem reforça seu apoio à Marinha do Brasil durante visita de navio a Paranaguá

A pra­ti­ca­gem do Brasil demons­trou mais uma vez o seu apoio à Marinha ao rece­ber em Paranaguá (PR), no últi­mo fim de sema­na de janei­ro, a visi­ta da Fragata União (F45). O navio de guer­ra de escol­ta este­ve na cida­de duran­te a “Aspirantex 2018” — uma ope­ra­ção que envol­ve a rea­li­za­ção de uma série exer­cí­ci­os no mar, incluin­do ações de super­fí­cie, de defe­sa anti­aé­rea, de sub­ma­ri­nos e de guer­ra ele­trô­ni­ca, além de con­tri­buir para a for­ma­ção e a fami­li­a­ri­za­ção com a vida no mar dos aspi­ran­tes da Escola Naval. No domin­go (28/1), 3.406 pes­so­as, entre turis­tas e mora­do­res, pude­ram conhe­cer o navio.

O prá­ti­co Gustavo Martins, dire­tor-pre­si­den­te do Conselho Nacional de Praticagem (Conapra) e dire­tor da pra­ti­ca­gem local, fez a mano­bra de entra­da da embar­ca­ção no por­to, na sex­ta-fei­ra (26/1). À noi­te, a pra­ti­ca­gem ofe­re­ceu um jan­tar aos ofi­ci­ais do navio e de outros órgãos da Marinha do Brasil. No sába­do (27/1), foi a vez de os prá­ti­cos visi­ta­rem o inte­ri­or da fra­ga­ta e seus tripulantes. 

A che­ga­da da Fragata União coin­ci­diu com um exce­len­te momen­to para o Porto de Paranaguá, que, em 2017, bateu o seu recor­de de movi­men­ta­ção de car­gas e rece­beu o pri­mei­ro lugar em Desempenho Ambiental no prê­mio da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O dire­tor-pre­si­den­te do Conapra res­sal­tou a con­tri­bui­ção da pra­ti­ca­gem nes­sas conquistas:

– Não à toa as prai­as do Paraná são as mais lim­pas do Brasil. Temos um peda­ci­nho nes­se esfor­ço, pois são fun­ções da pra­ti­ca­gem a sal­va­guar­da da vida huma­na, a segu­ran­ça do trá­fe­go aqua­viá­rio e a pre­ven­ção à polui­ção hídrica. 

A pas­sa­gem do navio na cida­de foi pres­ti­gi­a­da por dois con­tem­po­râ­ne­os de Gustavo Martins na Marinha que ser­vi­ram na fra­ga­ta: o coman­dan­te-em-che­fe da Esquadra, almi­ran­te Alipio Jorge Rodrigues da Silva, e o coman­dan­te do 8º Distrito Naval, almi­ran­te Antonio Carlos Soares Guerreiro, res­pon­sá­vel pela juris­di­ção dos rios e do lito­ral do Paraná.

– A pra­ti­ca­gem de Paranaguá é exem­plo de exce­lên­cia para o Brasil. Os pro­fis­si­o­nais estão pre­o­cu­pa­dos não ape­nas com a sua ati­vi­da­de, mas tam­bém com os bene­fí­ci­os para a ati­vi­da­de por­tuá­ria – elo­gi­ou o almi­ran­te Guerreiro.

Responsável pela apro­xi­ma­ção da soci­e­da­de civil com a Marinha, a Sociedade Amigos da Marinha do Paraná (Soamar) sem­pre defen­deu o retor­no de um navio da ins­ti­tui­ção ao muni­cí­pio, por meio do seu pre­si­den­te Geert Jan Prange. O almi­ran­te Alipio Jorge falou sobre a impor­tân­cia de ter o apoio da comu­ni­da­de marítima:

– Há anos temos bus­ca­do divul­gar as ati­vi­da­des marí­ti­mas para o país e ter a comu­ni­da­de marí­ti­ma conos­co é mui­to importante.

O capi­tão dos Portos do Paraná, capi­tão de Mar e Guerra Germano Teixeira da Silva, des­ta­cou que esse tipo de even­to pro­por­ci­o­na ain­da a inte­ra­ção do pes­so­al da Marinha que tra­ba­lha no setor ope­ra­ti­vo e na área da segu­ran­ça da nave­ga­ção afe­ta às Capitanias. Ele tam­bém elo­gi­ou o ser­vi­ço pres­ta­do pelos práticos:

– A segu­ran­ça no mar pas­sa pela pra­ti­ca­gem. E aqui os prá­ti­cos estão mui­to bem estruturados. 

Presidida pelo prá­ti­co Julio Verner, a pra­ti­ca­gem de Paranaguá exis­te há mais de 150 anos e con­ta com 33 prá­ti­cos que atu­am, em regi­me de esca­la, com o apoio de 11 lan­chas de por­to e de bar­ra, além de 14 pro­fis­si­o­nais na manu­ten­ção das embar­ca­ções. No perío­do de mai­or deman­da, os prá­ti­cos che­gam a rea­li­zar 400 mano­bras por mês.

Também esti­ve­ram pre­sen­tes no jan­tar ofe­re­ci­do pela pra­ti­ca­gem: o dire­tor de Engenharia e Manutenção da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Paulinho Dalmaz, o dire­tor comer­ci­al Lourenço Fregonese, e o ex-pre­si­den­te da então Comissão de Defesa Nacional da Câmara Federal, depu­ta­do Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR).

 

Conheça mais sobre a Fragata União

A Fragata União (F45) é um navio de guer­ra de escol­ta, cuja fun­ção é pro­te­ger outros navi­os. É uma das seis embar­ca­ções des­se tipo da clas­se “Niterói” (exis­tem mais duas da clas­se “Greenhalgh” na Armada), coman­da­da pelo capi­tão de Fragata Paulo Roberto Blanco Ozorio. Construída no Rio de Janeiro, foi a últi­ma a ser incor­po­ra­da, em 1980, e já pas­sou por moder­ni­za­ção. Tem 129,2 metros de com­pri­men­to, 13,5 de boca e 5,9 de cala­do. Além de arma­men­to e sen­so­res, con­ta com um heli­cóp­te­ro. A tri­pu­la­ção atu­al é de 209 militares. 

Em outu­bro, retor­nou de sua quar­ta mis­são no Líbano, onde lide­rou, por seis meses, a Força-Tarefa Marítima (FTM) da Força Interina das Nações Unidas no país (UNIFIL). A Força-Tarefa Marítima foi cri­a­da, em 2006, a pedi­do do gover­no liba­nês, sen­do a úni­ca em uma mis­são da ONU. Contribui com trei­na­men­to das for­ças liba­ne­sas e impe­din­do a entra­da de armas e con­tra­ban­do. Desde 2011, a Marinha do Brasil coman­da as ope­ra­ções do gru­po, que envol­ve ain­da a par­ti­ci­pa­ção de Bangladesh, Alemanha, Grécia, Indonésia e Turquia.