Isaquias: “Prefiro ficar na canoagem, é mais sossegado”
Campeão olímpico no C1 1000 metros da canoagem velocidade, Isaquias Queiroz veio retribuir o apoio da Patricagem do Brasil, uma de suas patrocinadoras. Na quinta-feira (12/8), o atleta conheceu a estação e o simulador de manobras da praticagem no Rio de Janeiro e acompanhou um desembarque de práticos na Baía de Guanabara.
Acompanhado da mulher Laina Guimarães, ele foi recebido pelo vice-presidente do Conselho Nacional de Praticagem (Conapra), prático Otavio Fragoso, e pelo presidente e pelo vice da Praticagem do Rio de Janeiro, práticos Marcello Camarinha e Everton Schmidt, respectivamente.
Isaquias pôde simular uma manobra de navio no centro de simulações:
– Deu um pouquinho de enjoo. Estou tonto ainda… (risos) Mas foi uma experiência muito legal ver como é uma simulação de manobra. Pela internet, parecia um jogo, mas a sensação é real, não é fake.
Após a visita, o campeão embarcou em uma lancha de praticagem e assistiu ao desembarque de práticos de um navio porta-contêineres, sem perder seu bom-humor característico:
– Eu prefiro ficar na canoagem, é mais sossegado. (risos) É uma profissão bem perigosa, tem que ter bastante coragem. E olha que o mar não estava tão ruim. Nos dias piores, prefiro nem acompanhar…
Isaquias disse que a parceria com a praticagem abriu uma janela de conhecimento sobre a atividade, inclusive para ele:
– Muitas pessoas não sabem como é o trabalho de um prático. Até eu pensava que o comandante que traz o navio no alto-mar fazia a atracação, quando, na verdade, é uma pessoa especializada. Cada porto tem profundidades e correntes diferentes e exige uma pilotagem própria.
Quando essa parceria começou, ele tinha 55 mil seguidores no Instagram. Hoje, embalado pela conquista, ruma para os 600 mil, indo ao encontro do seu propósito de tornar a canoagem mais conhecida, assim como a praticagem:
– A Olimpíada mostrou que o cidadão brasileiro acabou criando um vínculo melhor com a canoagem. Isso deu mais visibilidade para o meu esporte e para a minha dedicação. Aonde vou todos falam que torceram muito por mim e que foi vibrante a minha vitória.
Nos próximos dois meses e meio, o atleta vai descansar e ficar sem remar. Depois, retomará de forma mais leve, engatando em ritmo de treino mais intenso somente a partir de fevereiro. Em 2022, ele tem pela frente a Copa do Mundo, os Jogos Sul-Americanos e o Mundial. Mas os Jogos Olímpicos de Paris são logo ali, em 2024, um ciclo mais curto devido ao adiamento de Tóquio em função da pandemia.
Além do C1 1000 metros, Isaquias disputará o C2 500 metros, que vai substituir o C2 1000 metros, prova em que terminou em quarto lugar com Jacky Godmann. A manutenção da dupla formada há apenas quatro meses, após a contusão do parceiro Erlon de Souza, em princípio está mantida, mas caberá ao treinador, ressalta o canoísta.
Que venham mais medalhas e o sonho de Isaquias de se consagrar o maior atleta do Brasil, superando os recordes dos velejadores Robert Scheidt e Torben Grael, com cinco medalhas cada. A Praticagem do Brasil se enche de orgulho desse apoio.
Fotos: Gustavo Stephan