INSTRUTOR DO ATPR SERÁ PALESTRANTE EM EVENTO MUNDIAL DO SETOR

Instrutor no Curso de Atualização para Práticos (ATPR), o con­sul­tor Marcus Lisbôa fará pales­tra em um dos prin­ci­pais even­tos na área de pre­ven­ção e res­pos­ta a aci­den­tes com navios. 

Ele vai falar sobre uma nova fer­ra­men­ta vol­ta­da à ava­li­a­ção de pla­nos de con­tin­gên­cia, por meio da qual será pos­sí­vel ava­li­ar pla­nos de pla­ta­for­mas, navi­os, ter­mi­nais, indús­tri­as ou mes­mo pla­nos regi­o­nais ou naci­o­nais. A Spillcon 2023 será rea­li­za­da de 11 a 14 de setem­bro, em Brisbane, na Austrália.

Desenvolvida pela Associação das Empresas de Petróleo, Gás, Biocombustíveis e Energia Renovável da América Latina e do Caribe (Arpel), enti­da­de da qual Lisbôa é o con­sul­tor para esses assun­tos, a fer­ra­men­ta já é uti­li­za­da em mais de 90 paí­ses e foi aper­fei­ço­a­da nos últi­mos anos. 

A nova ver­são (web) será lan­ça­da em junho. A ini­ci­a­ti­va tem patro­cí­nio da Organização Marítima Internacional (IMO) e da International Petroleum Industry Environmental Conservation Association (IPIECA).

– Antes, não havia dire­tri­zes para ela­bo­rar e ava­li­ar pla­nos de con­tin­gên­cia. Aproveitamos pro­ce­di­men­tos de vári­as enti­da­des reco­nhe­ci­das inter­na­ci­o­nal­men­te e con­den­sa­mos em um úni­co manu­al. Hoje, cada por­to ou ter­mi­nal ado­ta um pro­ce­di­men­to. Essa fer­ra­men­ta tem como obje­ti­vo ava­li­ar se o seu pla­no aten­de aos padrões míni­mos de res­pos­ta, pla­ne­ja­men­to e con­tin­gên­cia – expli­ca Lisbôa.

Chamada de RETOS — Readiness Evaluation Tool for Oil Spills, a fer­ra­men­ta faz o diag­nós­ti­co de um deter­mi­na­do pla­no em dez cate­go­ri­as – entre elas legis­la­ção, segu­ran­ça, admi­nis­tra­ção, equi­pa­men­tos, comu­ni­ca­ção e outras – e pode ser ava­li­a­da em três dife­ren­tes níveis (bási­co, inter­me­diá­rio e avançado).

A ins­tru­ção para uso da nova ver­são esta­rá dis­po­ní­vel em inglês, espa­nhol e por­tu­guês. Ela reú­ne, entre outros apren­di­za­dos, o do aci­den­te com a pla­ta­for­ma DEEPWATER HORIZON, que explo­diu, em 2010, no Golfo do México, der­ra­man­do 800 mil metros cúbi­cos de petró­leo no mar.

Segundo Lisbôa, ape­sar des­se exem­plo e do vaza­men­to de óleo nas prai­as do Nordeste em 2019, a mai­o­ria dos por­tos no Brasil sequer tem um pla­no de con­tin­gên­cia ava­li­a­do ou aprovado. 

– Felizmente, temos um ser­vi­ço de pra­ti­ca­gem de exce­lên­cia, con­du­zin­do com efi­ci­ên­cia e efi­cá­cia os nos­sos navi­os – pondera.

Na Austrália, após a Spillcon, ele vai lide­rar um workshop de capa­ci­ta­ção de ges­to­res envol­vi­dos no pro­gra­ma de res­pos­ta a emer­gên­ci­as do Pacífico Sul (South Pacific Response Plan — SPREP). A asso­ci­a­ção da região reú­ne 15 ilhas, entre elas Samoa, Tonga, Fiji e algu­mas das Polinésia Francesa. O cur­so ocor­re­rá de 15 a 17 de setem­bro na Austrália. 

Organizada por meio da IMO, do gover­no aus­tra­li­a­no e de agên­ci­as res­pon­sá­veis pela pro­te­ção do meio ambi­en­te mari­nho da região, a Spillcon é uma das três mai­o­res con­fe­rên­ci­as do tipo no mun­do. São reu­niões tri­e­nais que ocor­rem tam­bém nos Estados Unidos (IOSC 2024) – onde Lisbôa já foi pales­tran­te em 2012 (a pró­xi­ma será em Nova Orleans) – e na Europa (Interspill 2025), em local a definir.