Espetáculo com apoio do Conapra marca os 500 anos da circum-navegação
Em setembro de 1519, partia de Sevilha a primeira expedição marítima de volta ao mundo. Planejada e comandada pelo português Fernão de Magalhães, a serviço da Corte espanhola, a viagem reunia cinco navios e cerca de 240 tripulantes. O objetivo era alcançar as Ilhas Molucas (das especiarias) pelo Ocidente. Três anos depois, apenas o navio Victoria retornou sob o comando do espanhol Juan Sebastián Elcano, com um total de 18 homens que enfrentaram, além do desconhecido, todo tipo de intempérie, como fome, frio, doenças e motins. Magalhães acabou morrendo em combate durante a jornada, nas Filipinas, mas foi reconhecido pelo histórico feito.
Para celebrar os 500 anos dessa que foi a primeira circum-navegação da Terra e mudou a perspectiva de mundo à época, a Marinha do Brasil e a Associação Luís de Camões promovem, no próximo dia 27 de junho, o espetáculo “Navegar é Preciso”, no auditório da Escola Naval, no Rio de Janeiro, uma das escalas daquela expedição. O evento para convidados é mais um com apoio Conselho Nacional de Praticagem (Conapra), em prol da mentalidade marítima.
“Navegar é Preciso” é uma adaptação da apresentação corporativa que o português Tony Correia faz desde 2001. Para isso, o autor e ator mergulhou nos relatos do italiano Antonio Pigafetta, um dos sobreviventes e cronista obsessivo que fez um diário de bordo:
– Vou dizer algumas coisas que ele nos conta, desde os motins.
A história é realçada por poesias e música de Júlia Russel e Wagner Russel, cantora e pianista.
– A música foi uma presença constante naquela viagem. O próprio Fernão de Magalhães pediu instrumentos para a longa jornada – lembra Tony Correia.
Para o autor, o espetáculo faz três grandes reflexões:
– Primeiro, temos o resgate histórico deste feito que mudou o Planeta. É preciso enaltecer também a importância da alta tecnologia, por meio das naus transatlânticas. Por fim, o que tudo isso pode nos ajudar hoje? Pois o modo que você olha para a história afeta a sua visão de futuro.
Em 2020 e 2021, os navios-escola Sagres, de Portugal, e Juan Sebastián Elcano, da Espanha, vão refazer todo o percurso feito há 500 anos, como parte das comemorações dos dois países.
Imagens: Divulgação