Diretor-Presidente do Conapra rece­be o títu­lo de Hidrógrafo Honorário

O Diretor-Presidente do Conselho Nacional de Praticagem, Prático Gustavo Henrique Alves Martins, rece­beu, em 27 de setem­bro, o títu­lo de Hidrógrafo Honorário, um reco­nhe­ci­men­to pelos esfor­ços à fren­te do Conapra em prol da hidro­gra­fia bra­si­lei­ra e da divul­ga­ção da men­ta­li­da­de marí­ti­ma no país. A entre­ga do títu­lo ocor­reu duran­te a cerimô­nia mili­tar alu­si­va ao tra­di­ci­o­nal Dia do Hidrógrafo (28 de setem­bro), na Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) da Marinha do Brasil, no Complexo Naval da Ponta da Armação, em Niterói.

Lisonjeado com a home­na­gem, o Diretor-Presidente do Conapra defen­deu uma con­tri­bui­ção mai­or da soci­e­da­de civil com a hidro­gra­fia brasileira:

– As pes­so­as ain­da têm a per­cep­ção de que a hidro­gra­fia é ine­ren­te à Marinha, mas temos que fazer um esfor­ço para tra­zer o enten­di­men­to de que a ati­vi­da­de é fun­da­men­tal para o desen­vol­vi­men­to econô­mi­co do país e pre­ci­sa per­me­ar a soci­e­da­de civil. Devemos levar a infor­ma­ção às auto­ri­da­des por­tuá­ri­as e uni­ver­si­da­des, por exem­plo, sobre a neces­si­da­de de for­mar pro­fis­si­o­nais, para que nos­sos aces­sos aqua­viá­ri­os fiquem melhor mape­a­dos e sina­li­za­dos a fim de desen­vol­ver­mos cada vez mais a área por­tuá­ria, tra­zen­do cres­ci­men­to e ren­da para o país.

A Praticagem do Brasil con­tri­bui ati­va­men­te com a hidro­gra­fia bra­si­lei­ra, inves­tin­do em bati­me­tria pró­pria; sina­li­za­ção vir­tu­al; e even­tos como o I Seminário de Hidrografia Portuária para Práticos, em 2018, e o I Seminário Brasileiro de Hidrografia Portuária, no pró­xi­mo mês. Além dis­so, a Praticagem par­ti­ci­pa da aná­li­se de: pro­je­tos de bali­za­men­to, antes do envio à DHN, e levan­ta­men­tos hidro­grá­fi­cos de fim de dra­ga­gem. Em 2018, tam­bém par­ti­ci­pou da fun­da­ção da Sociedade Brasileira de Hidrografia.

O Diretor de Hidrografia e Navegação, Almirante Sertã, des­ta­cou a con­tri­bui­ção do serviço:

– A Praticagem é par­cei­ra da DHN, sem­pre cola­bo­ran­do com indi­ca­ções do que deve­mos fazer e aju­dan­do a apri­mo­rar o nos­so tra­ba­lho – afir­mou ele, que, em seu dis­cur­so, res­sal­tou avan­ços recen­tes da DHN, como a apro­va­ção pela ONU da ampli­a­ção da pla­ta­for­ma con­ti­nen­tal bra­si­lei­ra na região Sul, agre­gan­do cer­ca de 170 mil quilô­me­tros qua­dra­dos à área marí­ti­ma sob juris­di­ção nacional.

O Diretor-Geral de Navegação, Almirante Campos, dis­se que este tra­ba­lho con­ti­nua com a cele­bra­ção do ter­mo de com­pro­mis­so entre o Centro de Hidrografia da Marinha e a Petrobras. O obje­ti­vo é pros­se­guir o levan­ta­men­to da pla­ta­for­ma con­ti­nen­tal, cole­tan­do os dados geo­fí­si­cos neces­sá­ri­os para a fun­da­men­ta­ção téc­ni­ca do pedi­do para a mar­gem Oriental/Meridional, com a inclu­são estra­té­gi­ca da Elevação do Rio Grande.

Prestigiaram ain­da o even­to: o Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Nazareth, repre­sen­tan­do o Comandante da Marinha; os Ex-Comandantes da ins­ti­tui­ção, Almirantes Karam, Mauro Cesar, Moura Neto e Leal Ferreira; o Diretor de Portos e Costas, Almirante Roberto; o Juiz-Presidente do Tribunal Marítimo, Almirante Lima Filho; o Ministro do Superior Tribunal Militar, Almirante Alvaro, além de Ex-Diretores da DGN e DHN e Oficiais Generais das demais Forças Armadas.

Concedido a civis e mili­ta­res não hidró­gra­fos, o títu­lo de Hidrógrafo Honorário foi entre­gue aos home­na­ge­a­dos pelo Diretor de Hidrografia e Navegação e por Almirantes Hidrógrafos da ati­va. Durante a cerimô­nia, tam­bém foi entre­gue a Medalha-Prêmio Comandante Vital de Oliveira, para os con­cluin­tes em pri­mei­ro lugar do Curso de Aperfeiçoamento de Hidrografia para Oficiais. O even­to foi encer­ra­do com o can­to da Canção do Hidrógrafo.

Sobre a hidro­gra­fia brasileira 

A his­tó­ria da hidro­gra­fia bra­si­lei­ra se ini­ci­ou em 1857, quan­do o Capitão-de-Fragata Manoel Antonio Vital de Oliveira rea­li­zou o pri­mei­ro levan­ta­men­to hidro­grá­fi­co de vul­to, entre a foz dos rios Mossoró e São Francisco. Morto em com­ba­te na Guerra do Paraguai, ele aca­bou con­sa­gra­do Patrono da Hidrografia Brasileira e, por isso, o Dia do Hidrógrafo mar­ca a data de seu nascimento.

Ao pro­por­ci­o­nar um conhe­ci­men­to deta­lha­do do lei­to mari­nho, a hidro­gra­fia con­tri­bui para o uso segu­ro e sus­ten­tá­vel de mares e águas inte­ri­o­res, espe­ci­al­men­te no Brasil, deten­tor de uma área marí­ti­ma de 5,7 milhões de quilô­me­tros quadrados.

Os dados cole­ta­dos pelos navi­os hidro­ce­a­no­grá­fi­cos resul­tam em pro­du­tos e ser­vi­ços fun­da­men­tais, como as car­tas náu­ti­cas e outras publi­ca­ções que ori­en­tam os nave­gan­tes; pre­vi­sões mete­o­ro­ló­gi­cas; e son­da­gens do rele­vo do fun­do do mar, que aju­dam a defi­nir as dimen­sões dos navi­os que podem entrar em uma área portuária.

Ainda na segu­ran­ça da nave­ga­ção, a ati­vi­da­de hidro­grá­fi­ca inclui o con­tro­le e a ope­ra­ção dos auxí­li­os à nave­ga­ção, como faróis, boi­as e as novas tec­no­lo­gi­as de sina­li­za­ção eletrônica.

Não à toa, o lema da hidro­gra­fia bra­si­lei­ra é “Restará sem­pre mui­to o que fazer…”