DIA MARÍTIMO É CELEBRADO NA CÂMARA DO RIO DE JANEIRO

A Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, por meio do vere­a­dor Leniel Borel, pres­tou home­na­gem ao Dia Marítimo Mundial com a pre­sen­ça de diver­sos mem­bros da comu­ni­da­de marí­ti­ma, entre eles a Praticagem do Brasil, repre­sen­ta­da pelo secre­tá­rio exe­cu­ti­vo Arionor Souza. O even­to lotou o ple­ná­rio da Casa, na tar­de da últi­ma sex­ta-fei­ra (17/12).

Este ano, o tema da data cele­bra­da pela Organização Marítima Internacional (IMO) é “Nosso Oceano, Nossa Obrigação, Nossa Oportunidade” e refle­te o papel vital do oce­a­no na eco­no­mia mun­di­al, por onde flui a mai­or par­te do comér­cio glo­bal. O oce­a­no é fon­te de empre­gos e ali­men­tos para milhões de pes­so­as, lar de inú­me­ras espé­ci­es mari­nhas e regu­la­dor do cli­ma do pla­ne­ta. A pra­ti­ca­gem tem pro­fun­da cone­xão com o tema. O mode­lo do ser­vi­ço no país, regu­la­do pela Marinha do Brasil, segue os prin­cí­pi­os de segu­ran­ça da nave­ga­ção da IMO. Cerca de 80 mil mano­bras de navi­os são rea­li­za­das anu­al­men­te, com bai­xo índi­ce de aci­den­tes, des­ta­cou Arionor:

– Em nome do pre­si­den­te da Praticagem do Brasil, prá­ti­co Bruno Fonseca, sau­da­mos todos os marí­ti­mos. A pra­ti­ca­gem remon­ta à Antiguidade e é regu­la­men­ta­da no Brasil des­de 1808. Ao con­du­zir gran­des embar­ca­ções sem aci­den­tes, a ati­vi­da­de evi­ta a polui­ção hídri­ca, víti­mas e o desa­bas­te­ci­men­to da popu­la­ção. Temos orgu­lho de ser refe­rên­cia mun­di­al em segu­ran­ça da nave­ga­ção. São 590 prá­ti­cos, sen­do 14 mulhe­res, além de três mil pro­fis­si­o­nais que apoi­am o ser­vi­ço, com mais de 600 tri­pu­lan­tes habi­li­ta­dos e 200 lan­chas homo­lo­ga­das pela Autoridade Marítima.

O coman­dan­te do Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (Ciaga) da Marinha, con­tra-almi­ran­te Alvaro Lemos, repre­sen­tou na cerimô­nia o dire­tor de Portos e Costas, vice-almi­ran­te Carlos André Coronha Macedo:

– Os oce­a­nos cobrem mais de 70% da super­fí­cie do pla­ne­ta e são res­pon­sá­veis por cer­ca de 90% do comér­cio mun­di­al, conec­tan­do povos, cul­tu­ras e eco­no­mi­as. São tam­bém o pul­mão azul da Terra, fun­da­men­tais para o equi­lí­brio cli­má­ti­co e para a sobre­vi­vên­cia das futu­ras gera­ções. No entan­to, a gran­de­za dos oce­a­nos traz con­si­go uma res­pon­sa­bi­li­da­de igual­men­te imen­sa. A obri­ga­ção que o tema des­te ano nos recor­da é a de pro­te­ger esse patrimô­nio. Devemos agir com cons­ci­ên­cia ambi­en­tal, pro­mo­ven­do prá­ti­cas sus­ten­tá­veis na nave­ga­ção, na explo­ra­ção dos recur­sos e nas ati­vi­da­des portuárias. 

O con­tra-almi­ran­te lem­brou que o tema da IMO fala ain­da sobre oportunidade:

– De fato, os oce­a­nos são um vas­to cam­po de pos­si­bi­li­da­des. A cha­ma­da eco­no­mia azul ofe­re­ce cami­nhos para o cres­ci­men­to sus­ten­tá­vel com a ino­va­ção tec­no­ló­gi­ca, a tran­si­ção ener­gé­ti­ca e o apro­vei­ta­men­to res­pon­sá­vel dos recur­sos marí­ti­mos. Neste cená­rio, o Ciaga desem­pe­nha papel fun­da­men­tal ao for­mar os ofi­ci­ais e subal­ter­nos da Marinha Mercante. São esses homens e mulhe­res do mar que man­têm o Brasil liga­do ao mun­do, trans­por­tan­do as rique­zas que movem a nos­sa economia. 

O capi­tão dos por­tos do Rio de Janeiro, capi­tão de mar e guer­ra Luciano Calixto, dis­se que a ini­ci­a­ti­va da Câmara é uma demons­tra­ção de que o muni­cí­pio do Rio está mudan­do o seu olhar sobre o mar – de prai­as boni­tas e conhe­ci­das inter­na­ci­o­nal­men­te ao mar fon­te de recur­sos, desen­vol­vi­men­to e rique­za. Ele res­sal­tou algu­mas entre­gas da Capitania dos Portos para a soci­e­da­de, que con­tam com a con­tri­bui­ção da pra­ti­ca­gem na segu­ran­ça da navegação:

– A nos­sa área de juris­di­ção é imen­sa e inclui três baías pujan­tes: a Baía de Guanabara, a Baía de Sepetiba e a Baía de Ilha Grande, com ati­vi­da­des marí­ti­mas, por­tuá­ri­as, náu­ti­cas, turís­ti­cas e pes­quei­ras em ple­no cres­ci­men­to. Temos qua­tro dos dez mai­o­res por­tos do Brasil em movi­men­ta­ção de car­ga. E temos tam­bém a Bacia de Santos. Por meio da nos­sa ins­pe­ção naval em todos esses ati­vos, garan­ti­mos ope­ra­ções segu­ras, a sal­va­guar­da da vida huma­na e a pre­ven­ção da polui­ção hídri­ca, para que o país pros­pe­re e se desen­vol­va por meio do mar.

O even­to na Câmara reu­niu pro­fis­si­o­nais de dife­ren­tes gru­pos e cate­go­ri­as de aqua­viá­ri­os, além de outros tra­ba­lha­do­res liga­dos à área, como guar­das por­tuá­ri­os, alu­nos da Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM) do Ciaga e esco­tei­ros do mar. O capi­tão de lon­go cur­so Francisco Cesar Monteiro Gondar inte­grou a mesa da cerimô­nia. Ao final, o vere­a­dor Leniel Borel afir­mou que vai pro­por a inclu­são da cele­bra­ção do Dia Marítimo no calen­dá­rio ofi­ci­al da cida­de. Este ano, a data foi come­mo­ra­da pela IMO em 25 de setembro.

Fotos: Renan Olaz/CMRJ