CONSELHO NACIONAL DE PRATICAGEM CELEBRA 50 ANOS NO RJ

A comu­ni­da­de marí­ti­ma e os prá­ti­cos bra­si­lei­ros com­pa­re­ce­ram, em peso, ao even­to come­mo­ra­ti­vo aos 50 anos do Conselho Nacional de Praticagem, no Rio de Janeiro (10/6). Entre os cer­ca de 300 con­vi­da­dos, esti­ve­ram pre­sen­tes repre­sen­tan­tes da Autoridade Marítima, do Tribunal Marítimo, do Ministério de Portos e Aeroportos, de Autoridades Portuárias, Operadores Portuários, Armadores, Empresas de Apoio Marítimo, Usuários dos Portos, além de mem­bros do Direito e da Academia em geral. Atleta apoi­a­do pela pra­ti­ca­gem, o meda­lhis­ta olím­pi­co Isaquias Queiroz, tam­bém mar­cou pre­sen­ça na festa.

O pre­si­den­te do Conselho Nacional de Praticagem, prá­ti­co Bruno Fonseca, fez um bre­ve dis­cur­so pon­tu­an­do o his­tó­ri­co da enti­da­de fun­da­da em 1975. Hoje, a ins­ti­tui­ção é reco­nhe­ci­da pela Marinha do Brasil como órgão de repre­sen­ta­ção naci­o­nal da ati­vi­da­de, ocu­pa uma das vice-pre­si­dên­ci­as da Associação Internacional de Práticos Marítimos (IMPA) e inte­gra a dele­ga­ção bra­si­lei­ra que atua na Organização Marítima Internacional (IMO).

– Vejam a rele­vân­cia que adqui­ri­mos no cená­rio naci­o­nal e inter­na­ci­o­nal. E isso tudo foi cons­truí­do por meio da união da pra­ti­ca­gem bra­si­lei­ra. O Conselho Nacional foi a base para coor­de­nar as ações em nome de pra­ti­ca­gens tão diver­sas e com carac­te­rís­ti­cas mui­to dis­tin­tas entre si, devi­do ao tama­nho do nos­so Brasil. E foram mui­tas as ini­ci­a­ti­vas em prol do desen­vol­vi­men­to do ser­vi­ço e, por con­sequên­cia, da soci­e­da­de. A prin­ci­pal, foi a pro­te­ção do sis­te­ma de pra­ti­ca­gem sem a con­cor­rên­cia entre prá­ti­cos. Essa con­cor­rên­cia degra­dou a qua­li­da­de em cer­tos paí­ses, levan­do a aci­den­tes e ao aumen­to dos valo­res dos segu­ros – afir­mou o presidente.

Após o dis­cur­so, os con­vi­da­dos assis­ti­ram, em pri­mei­ra mão, ao novo vídeo ins­ti­tu­ci­o­nal. O fil­me será publi­ca­do nas redes soci­ais da Praticagem do Brasil em 12 de junho, data do ani­ver­sá­rio do Conselho Nacional de Praticagem e dos 217 anos de pra­ti­ca­gem regu­la­men­ta­da no país.

Em segui­da ao vídeo, foram home­na­ge­a­dos os ex-pre­si­den­tes da ins­ti­tui­ção pre­sen­tes, além do atu­al: prá­ti­cos Euclides Alcantara, Mauro de Assis, Paulo Esteves, Otavio Fragoso, Carlos Eloy, Marcelo Cajaty, Gustavo Martins, Ricardo Falcão e Bruno Fonseca. 

Na sequên­cia, os cola­bo­ra­do­res foram lem­bra­dos, assim como o pre­si­den­te da Praticagem de São Paulo, prá­ti­co Fábio Mello Fontes, repre­sen­tan­do todos os cole­gas de pro­fis­são pelos 56 anos de serviço.

– Foi emo­ci­o­nan­te, algo que não espe­ra­va até saber dias antes. Sou um sujei­to mui­to comum, não tenho nada de excep­ci­o­nal, mas fiquei mui­to feliz com o reco­nhe­ci­men­to. Eu gos­to de pas­sar oti­mis­mo para os mais jovens – agra­de­ceu Fontes.

O even­to foi pres­ti­gi­a­do por diver­sos ofi­ci­ais gene­rais, entre eles o che­fe do Estado-Maior da Armada, almi­ran­te de esqua­dra Arthur Fernando Bettega; o coman­dan­te-geral do Corpo de Fuzileiros Navais, almi­ran­te de esqua­dra Carlos Chagas; o dire­tor-geral do Material da Marinha, almi­ran­te de esqua­dra Edgar Luiz; o dire­tor de Portos e Costas, vice-almi­ran­te Carlos André Coronha Macedo; e o ex-dire­tor, vice-almi­ran­te José Luiz Feio Obino.

O dire­tor de Portos e Costas, André Macedo, dis­se que o Conselho Nacional de Praticagem pro­mo­ve a uni­da­de de pen­sa­men­to den­tro da ati­vi­da­de. Ele fri­sou a par­ce­ria com a Marinha do Brasil em prol da soci­e­da­de brasileira:

– Nesses 50 anos de his­tó­ria, res­sal­to a pre­o­cu­pa­ção com a segu­ran­ça da nave­ga­ção. Essa par­ce­ria com a Autoridade Marítima, regu­lan­do o ser­vi­ço no país, só con­tri­bui para o engran­de­ci­men­to e o pro­gres­so do nos­so Brasil. Como bem dis­se o pre­si­den­te Bruno, quan­to mais navi­os vemos entran­do e sain­do dos nos­sos por­tos, mai­or será a nos­sa eco­no­mia azul e melhor o nos­so desen­vol­vi­men­to. Fazemos um esfor­ço enor­me para ter uma nave­ga­ção segu­ra, por meio de nos­sas nor­mas e regras, e fica­mos feli­zes com o resul­ta­do. A cobran­ça é sau­dá­vel e para o bem de todos que usu­fru­em do comér­cio marítimo. 

O binô­mio segu­ran­ça e efi­ci­ên­cia por­tuá­ria tam­bém foi des­ta­ca­do pelo juiz-pre­si­den­te do Tribunal Marítimo, vice-almi­ran­te Ralph Dias. O órgão é res­pon­sá­vel por jul­gar os aci­den­tes e fatos da nave­ga­ção, ten­do o Brasil um índi­ce bai­xís­si­mo de inci­den­tes em 80 mil mano­bras de navi­os anualmente: 

– Sem dúvi­da, o Conselho Nacional de Praticagem é um órgão que con­tri­bui para a segu­ran­ça da nave­ga­ção. Temos um poten­ci­al enor­me de nave­ga­ção no Brasil e o empre­en­de­dor pre­ci­sa des­sa segu­ran­ça, não ape­nas de segu­ran­ça jurí­di­ca. O Conselho con­se­gue con­ci­li­ar a nave­ga­ção segu­ra e efi­ci­en­te, ou seja, desen­vol­vi­men­to res­pon­sá­vel, agre­gan­do a Academia e todos os ato­res envolvidos.

O even­to foi uma opor­tu­ni­da­de para o anún­cio da mudan­ça do nome do Conselho Nacional de Praticagem – que come­çou como Centro Nacional de Praticagem – para Praticagem do Brasil. Esse pro­ces­so já vinha em cur­so para o públi­co exter­no, mas ago­ra foi ampli­a­do para todos os entes de rela­ci­o­na­men­to da entidade.

– Não pode­mos dei­xar de sen­si­bi­li­zar a soci­e­da­de sobre a impor­tân­cia da ati­vi­da­de, que vai mui­to além das mano­bras. A comu­ni­ca­ção é fun­da­men­tal para aju­dar o públi­co a enten­der e valo­ri­zar o tra­ba­lho dos prá­ti­cos. Por esse moti­vo, o Conselho Nacional de Praticagem con­ti­nua se reno­van­do, ado­tan­do o nome Praticagem do Brasil em todas as esfe­ras. Devemos estar conec­ta­dos com tem­pos de trans­pa­rên­cia e diá­lo­go. E a nova deno­mi­na­ção tra­duz, com cla­re­za, nos­sa abran­gên­cia e nos­so papel estra­té­gi­co para o país. O lega­do do Conselho segue vivo em nos­sa memó­ria – encer­rou o pre­si­den­te Bruno.

O coque­tel come­mo­ra­ti­vo con­tou com apre­sen­ta­ção do ex-Kid Abelha, George Israel, que tocou suces­sos da ban­da e hits de outros artistas.