Baixo aproveitamento de hidrovias atrasa transporte de cargas na Amazônia, diz Gustavo Martins

Manaus - O trans­por­te de car­gas e pas­sa­gei­ros na Amazônia está atra­sa­do pelo bai­xo apro­vei­ta­men­to das hidro­vi­as. A ava­li­a­ção é do dire­tor-pre­si­den­te do Conselho Nacional de Praticagem (Conapra), Gustavo Martins, ao apon­tar que a melho­ria na logís­ti­ca pode bara­te­ar os itens para o con­su­mi­dor final.

Martins, que par­ti­ci­pou, nes­ta segun­da-fei­ra (11), do Dez na TV, pro­gra­ma da Record News Manaus, da Rede Diário de Comunicação (RDC), esta­rá pre­sen­te ama­nhã (12) em uma ses­são espe­ci­al na Assembleia Legislativa do Estado (ALE) para falar sobre a pra­ti­ca­gem no Brasil e a atu­a­ção dos prá­ti­cos na Amazônia Legal.

“Se nós fos­se­mos com­pa­rar com os prin­ci­pais paí­ses do mun­do, em ter­mos de apro­vei­ta­men­to das hidro­vi­as, para o esco­a­men­to de car­gas, para o trans­por­te de pas­sa­gei­ros, nós esta­mos mui­to atra­sa­dos”, dis­se o diri­gen­te da Conapra.

De acor­do com Martins, o flu­xo de trans­por­te para o Polo Industrial, que com­pre­en­de a entra­da de insu­mos e a saí­da de pro­du­tos finais ain­da pre­ci­sa melho­rar e expan­dir os ser­vi­ços de cabo­ta­gem, aque­les rea­li­za­dos por navi­os na cos­ta bra­si­lei­ra. Para o diri­gen­te,  seria pre­ci­so uma quan­ti­da­de mai­or de empre­sas que pres­tam o ser­vi­ço de cabo­ta­gem. “Mais car­gas trans­por­ta­das, sig­ni­fi­ca um fre­te mais bara­to. Quanto menor for o fre­te, mais bara­to pode ser ven­di­do”, afirmou.

O prá­ti­co da Zona de Praticagem 2 (ZP‑2), que fica entre Itacoatiara e Tabatinga, José Benedito de Oliveira, dis­se que as cons­tan­tes mudan­ças do regi­me da cheia e vazan­te no Amazonas fazem com que a ati­vi­da­de de nave­ga­ção tenha que se adap­tar a novas rotas com frequência.

“Temos o fenô­me­no das ter­ras caí­das. Esses sedi­men­tos que caem tan­to no Rio Solimões, quan­to no Rio Amazonas, fazem com que os canais sejam alter­na­dos. Temos o apa­re­ci­men­to e desa­pa­re­ci­men­to de ilhas, o que vem impac­tar na nave­ga­ções de navi­os”, dis­se Oliveira, que atua como prá­ti­co há 23 anos.
O pro­fis­si­o­nal prá­ti­co é quem tem o conhe­ci­men­to téc­ni­co da nave­ga­ção em águas res­tri­tas, como vari­a­ções das cor­ren­tes, ven­tos, marés e profundidades.

Entre o Amapá e Itacoatiara, na Zona de Praticagem (ZP‑1), 120 prá­ti­cos atu­am na área. Outros 35 atu­am na ZP‑2. Para ser prá­ti­co, o inte­res­sa­do deve ter Ensino Superior e pas­sar por um pro­ces­so sele­ti­vo rea­li­za­do pela Marinha do Brasil.

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