Apenas 5% dos práticos brasileiros foram infectados pelo coronavírus

Graças ao zelo da Marinha que per­mi­tiu a evo­lu­ção do ser­vi­ço de pra­ti­ca­gem até o está­gio atu­al e à ante­ci­pa­ção da Praticagem do Brasil ao pro­ble­ma, a pan­de­mia da Covid-19 não afe­tou a con­du­ção de navi­os em águas res­tri­tas no país. Dos 635 prá­ti­cos bra­si­lei­ros, ape­nas 5% foram infec­ta­dos pelo coronavírus.

Foi o que infor­mou, na últi­ma sex­ta-fei­ra (26/6), o prá­ti­co Otavio Fragoso, vice-pre­si­den­te do Conselho Nacional de Praticagem (Conapra). Ele par­ti­ci­pou da pri­mei­ra live no Instagram da Praticagem do Brasil; com o pre­si­den­te da enti­da­de, prá­ti­co Ricardo Falcão.

Segundo Otavio, mes­mo antes do reco­nhe­ci­men­to da doen­ça como pan­de­mia, a pra­ti­ca­gem come­çou a ado­tar pro­to­co­los de uso de equi­pa­men­tos de pro­te­ção indi­vi­du­al e higi­e­ni­za­ção de suas lan­chas; de manei­ra a se pro­te­ger e evi­tar a entra­da do vírus no país. Isso por­que a China, onde come­çou a doen­ça, é um dos prin­ci­pais par­cei­ros do comér­cio marí­ti­mo bra­si­lei­ro. Além dis­so, boa par­te das embar­ca­ções no mun­do tem tri­pu­la­ção asiática.

– No iní­cio da pan­de­mia, havia a pre­o­cu­pa­ção de não nos trans­for­mar­mos em veto­res da doen­ça para den­tro do país. Hoje, com o avan­ço do coro­na­ví­rus no Brasil, a situ­a­ção se inver­teu. As tri­pu­la­ções estran­gei­ras estão mais pre­o­cu­pa­das em não con­trair a Covid-19 e nós, em não nos con­ta­mi­nar, nem con­ta­mi­nar ninguém.

As empre­sas de pra­ti­ca­gem seguem pro­to­co­los da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), embar­can­do com equi­pa­men­to com­ple­to de pro­te­ção quan­do há casos sus­pei­tos ou con­fir­ma­dos a bor­do. Do con­trá­rio, o embar­que é com luvas e más­ca­ra. Os pro­ce­di­men­tos gerais foram padro­ni­za­dos pelo Conapra, a par­tir de ori­en­ta­ção do setor de infec­to­lo­gia do Hospital Naval Marcílio Dias.

Em rela­ção à esca­la de tra­ba­lho dos prá­ti­cos, Otavio dis­se que, no come­ço, foi neces­sá­ria uma revi­são, de for­ma a se ante­ci­par aos pos­sí­veis pro­ble­mas e man­ter o ser­vi­ço per­ma­nen­te­men­te dis­po­ní­vel aos arma­do­res, mes­mo afas­tan­do os pro­fis­si­o­nais do gru­po de ris­co. Atualmente, a esca­la já fun­ci­o­na nos mol­des ori­gi­nais, em todas as zonas de pra­ti­ca­gem (ZPs).

Ricardo Falcão lem­brou que o país é o ter­cei­ro do mun­do em núme­ro de prá­ti­cos, com 635, e que a quan­ti­da­de é satis­fa­tó­ria mes­mo em situ­a­ções de pico de aten­di­men­to. Em pri­mei­ro lugar, apa­re­ce os Estados Unidos, com 1.200 prá­ti­cos, e depois a Alemanha, com 745.

– Apesar do núme­ro de 635 prá­ti­cos fren­te ao tama­nho do nos­so país, não é algo des­pro­por­ci­o­nal, até pela neces­si­da­de da pro­fis­são de estar sem­pre mano­bran­do com regu­la­ri­da­de para man­ter a qua­li­fi­ca­ção exi­gi­da nas Normas da Autoridade Marítima para o Serviço de Praticagem (Normam-12) – afir­mou Falcão, res­sal­tan­do que cabe à Marinha defi­nir a lota­ção em cada ZP.

Assista à live em: https://www.instagram.com/tv/CB6goLeA-TW/?hl=pt-br